
. meia colorida - Amanda Machado
Quando eu me preparo para viajar, sinto uma coisa muito estranha, boa, mas estranha. Acho que todos nós sentimos a mesma coisa, aquela sensação de pré-viagem, de preparação, regada de ansiedade.
Seja longa ou curta, para uma outra cidade, estado ou país, que dura uma semana, um mês ou até mesmo um ano, seja de carro, ônibus, avião ou até mesmo navio, a sensação de pré-viagem é a mesma.
Na semana anterior a viagem, começamos a sentir o medo de esquecer alguma coisa, de se atrasar, e quando chega o dia, acordamos com uma vontade de pular, dançar, cantar, levantamos da cama com uma agitação contente e descontrolada. Vamos ao trabalho, a escola ou ao compromisso do dia-a-dia e declaramos para o primeiro que chega a nos cumprimentar, para onde, quando e como vamos viajar. Arrumamos modo de aplicar a desculpa da viagem para todos os compromissos que aparecem. Saímos de volta à casa na correria, e ao abrir a porta de casa, pegamos as malas, esperamos o horário certo de sair de casa e vamos!
O bom de viajar é que durante o período que passamos dentro do meio de transporte pensamos, e pensamos muito. Funciona como uma meditação, repomos nossas energias, conseguimos entender tudo que tem passado, resolvemos os desentendimentos pessoais, aquelas pequenas dúvidas, nossas inseguranças, conseguimos deixar de lado tudo que nos incomodava e ficamos zerados, com novos focos e determinados a sermos pessoas diferentes.
E ai então chegamos ao destino da viagem. E começamos a colocar nossas novas decisões em prática. Mas quando nos damos conta, já estamos repetindo todos os nosso "erros" e não estamos seguindo mais nossas regrinhas.
Voltamos para casa pensando no que fizemos na viagem, o que falamos de errado, o abandono de foco e determinação para mudar, a dor de cabeça que te lembra a todo momento que você bebeu demais, e a falta de dinheiro na carteira te lembrando que você gastou demais. E as lembranças? Te deixando louca por você não ter o número do telefone do cara da festa. Qual era o nome dele mesmo? A dor de cabeça não te permite lembrar.
PS: Estou em Minas Gerais. E boa parte do que eu disse são experiências minhas, algumas nem tão minhas!


