
. meia colorida - Amanda Machado
Eu estava andando muito rápido, estava atrasada e nada estava dando muito certo. Eu queria correr, mas a minha respiração ofegante já não permitia mais. Eu só sentia o vento e via o céu escurecendo passar pelos meus olhos. Até que uma voz singela, doce, quase musical, interrompeu o meu momento. Disse algo que eu não ouvi, mas alguma coisa me leva a crer que ela ia comprar cigarro. Eu não perguntei a idade, mas minha intuição chuta o número oito. Ela puxou papo, falou que estava indo à padaria, e enquanto eu apressava mais o meu passo, ela quase corria para me acompanhar. Foi ai que notei que ela não surgiu do nada, eu tinha visto ela se aproximar aos poucos, quase saltitando, tentando chegar ao meu lado.
Eu estava andando muito rápido, estava atrasada e nada estava dando muito certo. Eu queria correr, mas a minha respiração ofegante já não permitia mais. Eu só sentia o vento e via o céu escurecendo passar pelos meus olhos. Até que uma voz singela, doce, quase musical, interrompeu o meu momento. Disse algo que eu não ouvi, mas alguma coisa me leva a crer que ela ia comprar cigarro. Eu não perguntei a idade, mas minha intuição chuta o número oito. Ela puxou papo, falou que estava indo à padaria, e enquanto eu apressava mais o meu passo, ela quase corria para me acompanhar. Foi ai que notei que ela não surgiu do nada, eu tinha visto ela se aproximar aos poucos, quase saltitando, tentando chegar ao meu lado.
Fomos descendo a rua, quase como se fosse uma corrida, e quando eu virei para um lado e ela para o outro, vi o sorriso, aquele sorriso, que eu ouvira falar semanas antes. Era Jesus que sorria pra mim. Eu tinha sido pega de surpresa, de início não tinha dado muita atenção, mas deixar aquela menina ir, doeu muito. Eu tinha sentido a paz no sorriso dela, eu vi a paz, eu era a paz. E por incrível destino eu nunca mais a vi, assim como, eu não tinha visto antes.
Como a Maria falou do mendigo e do sorriso de Jesus que ela havia admirado, de como ela havia se manifestado para ajudá-lo, como aquele homem tinha marcado a vida dela, depois do que eu vi, eu posso dizer, às vezes, são nas simples coisas da vida que o Senhor se mostra, e se não aproveitarmos esses pequenos pedacinhos de tempo, a nossa chance será perdida. Mal sabe aquela menina, o quanto de Deus ela foi pra mim. E, por mais incrédula que a pessoa seja, ela pode admirar momentos assim, basta não olhar com os olhos, e sim, permitir que o resto veja.
Eu espero que eu tenha aprendido com aquela menina, e que outros vejam que não é só na Igreja que podemos ter um encontro com Jesus, Cristo se mostra sempre, em todo lugar, basta querer ver.
“te amar, por quem não te ama, te adorar, por quem não te adora, esperar, por quem não espera em ti, pelos que não crêem, eu estou aqui...”
P.S: A Semana Santa me fez ver o sacrifício de Jesus de uma forma nova, notar o quanto ele fez por nós e me fez chorar pelo quanto eu não retribuo.
