. Sim, eu uso meias coloridas - Amanda Machado
Sempre que eu leio um livro novo eu sinto uma vontade louca de contar para alguém todas as conclusões as quais eu cheguei a partir da história do tal livro. Essa semana eu terminei de ler o livro "Garota, traduzida" (Girl in translation, título original) de Jean Kwok, e a partir do mesmo veio um turbilhão de coisas para sentir, para gostar, para querer conhecer. Um exemplo? Agora eu quero saber muito mais sobre a China, mais ainda sobre os imigrantes chineses nos Estados Unidos, e muito mais ainda sobre livros com temáticas como a deste livro... Mostrar que as nossas escolhas são nossa vida, e que se uma coisa parece que dá errado, ou dá, não é motivo para se desistir.
É que muitas vezes temos dúvidas, se fizemos a escolha certa, se escolhemos o curso certo, a profissão certa, a casa certa, o marido certo, a vida certa, e ficamos perdidos em uma pilha de "se" que não só nos tortura como pode nos enganar. Realmente é bem difícil optar por coisas nas nossas vidas que consequentemente nos obriguem a abrir mão de algo importante, como o amor no caso da história do livro, mas ficar se torturando com hipóteses e dúvidas ainda maiores não nos levam à lugar algum, eu sei.
No fim da greve eu passei uma semana vivendo um luto terrível, onde eu só pensava no quanto eu seria infeliz quando a faculdade retornasse e no quanto eu não sabia se estava no curso certo. Passei longas noites me imaginando em outra profissão, vivendo a vida que eu sempre sonhei, e isso inclui um tempo viajando sem preocupações e o primeiro filho antes dos 30. Conclusão: Isso só me fez mal. Eu chorei, senti dores agudas, e desejei não ser tão confusa. As aulas começaram e agora já não me pego mais pensando tanto nisso. Talvez eu tenha feito a escolha errada mesmo, ou talvez eu tenha feito a escolha correta, eu sinceramente ainda não sei, o que eu sei é que eu estou vivendo.
Eu não tenho mais 7 anos para ficar chorando durante a noite porque não brinco o suficiente e logo vou virar adulta, eu sou uma adulta e meu tempo de brincar já passou (infelizmente, eu não brinquei o suficiente), mas o tempo de errar não, então, assim como a jovem heroína do livro, eu espero realizar tudo pelo qual eu venho lutando nesses 19 anos, e que nada seja em vão. Por mais que umas escolhas possam permanecer doloridas no futuro, que elas sejam fruto de uma vida onde eu tentei fazer o melhor, não só para mim, mas para os que eu amo e para os que me amam, tentando não obrigar as pessoas a serem quem elas não querem ser e não me obrigando a ser quem eu não sou.
P.S.: Boa história para um filme. Eu aplaudo (e choro)!

