. meia colorida - Amanda Machado
Estou ouvindo no momento uma música que resume tudo que estou pensando. E me dá uma vontade enorme de contar minhas memórias guardadas em um cofre, misturado a antigos sentimentos e desejos.
"... e o que vai ficar na fotografia, são os laços invisíveis que havia, as cores, figuras, motivos, o sol passando sobre os amigos, histórias, bebidas, sorrisos e afeto em frente ao mar..."
E esse trecho me faz voltar a um passado vivido, escolhido e editado, onde só guardo na memória o que foi bom. Eu tinha 8 anos, tinha amigas especiais, morava em Jacarepaguá, mas especificamente, na Henrique Costa, 730. Lá, naquele condomínio apelidado de "amarelinho" vivi emoções específicas e movimentadas, coisas boas, malucas, minha vida sempre foi assim.
Não vou guardar nomes, nem colocar pessoas anônimas, elas existem, não importa aonde estejam no momento, elas existem. Minhas amigas eram seres especiais, com nomes de: Michele, Gigi, Thaisa, Ana Clara e outros que participavam de nossas aventuras. Viviamos nos aventurando pelos esconderijos do condomínio, pelos cantos escuros, e pelas privadas (mais complexo do que parece). Enfim, éramos um grupinho, mais especificamente eu, Mi, Gigi e Thaisa.
Eram tantas noites mal dormidas, tanta casas de Barbie destruidas ou construidas. Tantos pique-bandeirinhas, ou pique-escondes... A gente criava escola, centro de espionagem, grupo musical, mais especificamente, Spice Girls. Eu era tão feliz, minha infância foi marcada por essas pessoas.
Exemplo disso, é a pulseira que guardo até hoje. Minha mãe, era amiga da mãe da Gigi, juntas, elas conheciam tudo, visitamos uma vez a Rocinha, e foi bem legal. Elas sempre tinham idéias loucas, de aprender e ensinar. Uma vez, elas compraram miçangas azuis, eram tão bonitas, e tinham de vários tamanhos e jeitinhos, eram lindas, juntas, eu, Gigi e Aninha, fizemos várias pulseiras, que andavam sempre penduradas em nossos braços, de um lado para o outro, até que, um dia, um belo dia, ou não tão belo, a Aninha, que era mais nova que a gente e irmã da Gigi, arrebentou minha pulseira, fiquei chateada, mas depois passou, afinal, foi ela quem me ensinou a andar de bicicleta, passou rápido, e logo demos um jeito de arrumar a pulseira, pois era como o fim de algo simples e singelo, a gente não entendia, não tinhamos combinado, mas era incrivel!
Com a pulseira consertada, logo me mudei, e a pulseira tornou a arrebentar, guardei, arrumei, hoje as miçangas estão em um potinho, onde fica guardado o brilho da amizade dado a elas, não sei como a Gisele está, sei que se mudou depois, mas não sei para onde. Foi com a família dela que conheci o açaí, odiei, e que passei dias a fim. Com a família da Michele, criei um laço incrivel, de amor, somos amigos até hoje, e com a Thaisa o que me resta é encontrá-la passando, ou ver a tia dela e os primos, mas lembro sempre das Barbies, Pollys e da foto, que guardo. Não tenho memórias ruins, apenas boas, como o aniversário da Thaisa no sítio, ou a viagem para Rio das Ostras com a Michele...
Enfim, a amizade perdura, apenas não nos vemos mais!
Espero que elas lembrem de mim.

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