29 de janeiro de 2011

Pode entrar, insanidade!


. meia colorida - Amanda Machado
Pouco amor pra ti, não há. O que sinto sempre me pareceu inevitável, mas também controlável. Enroscamos-nos em cordas finas, desgastadas e apesar disso, fortes. Muito controlei a minha situação, muitas vezes, quando me pegava distraída e com a porta aberta, corria para fechar. Eu nunca poderia pensar em gostar de você, mesmo pensando. Muito fingi frieza, me alegrei por coisas que me doíam e aconselhei em momentos onde eu só queria abraço. Entendi que o melhor seria abraçar. Ainda hoje às vezes me pego correndo para a porta e a fechando com força, e depois, como em um susto, me recordo que agora deixá-la encostada seria o mais correto.
Não vou declarar coisas que não sinto, e muito menos declarar o que eu sinto, por mais que eu pareça confortável, sempre me pego com medo de errar, e isso com certeza pode um dia vir a ser um erro. Espero que eu pare de reparar no pequeno e comece a pensar no grande, que temos chances de ser.
Sendo assim te ofereço meus sentimentos, mesmo que escondido, e caso os descubra, vem buscar, que eu te dou tudo que sinto, te dou meu tudo, tudo que possuo e pode lhe pertencer. Dôo minha alma, meu corpo, minha cor e minhas palavras. Serei toda por você, no entanto, seja muito por mim.

Nunca subestime a sua idiotice - Jim Benton


. meia colorida - Amanda Machado


Sabe quando você escreve uma carta, mas ela é tão rica em sentimentos que até parece um poema, e que se não fosse carta poderia ser poema? Sabe quando você tem tantos sentimentos e palavras na cabeça, mas não sabe que sentimentos devem se tornar palavras? Sabe quando você se joga, se vende, se amplia, e não consegue escrever em lugar algum o que quer? Sabe quando o seu corpo já não aguenta a espera da escrita, o toque da caneta, o som, a textura e treme?
Eu sou viciada em escrever e já não venho conseguindo alimentar esse monstro, pois minhas ideias apenas são plenas quando falo comigo mesma, quando tento escrever sai tudo pelo buraco e nada fica, nem míseros vestígios.
Venho ensaiando esse texto a longas semanas, venho programando cada sílaba para que nada saia torto ou enrugado, mas aqui estou, desnorteada outra vez.

Um dia eu sonhei ser escritora, achei que saber escrever e amar fazer isso seriam o bastante. Um dia eu sonhei escrever livros, mas livros que não fossem obrigatoriamente bons para as outras pessoas, mas que fossem meus. Um dia eu sonhei que nunca me faltariam as palavras se eu tivesse papel e caneta. Um dia eu sonhei... Sonhei tudo isso e um pouco mais.

Venho acreditando que ganhei de presente uma história, veio através de um sonho, mas se sonhei, ninguém pode dizer que não é minha. E a história é tão minha, eu faço parte e necessito dela tanto quanto ela necessita de mim para existir. Creio que um dia a trama será um sonho realizado. Creio que todos entenderão quando ler, mas para isso eu preciso ter coragem para escrever.


Sei que escrevi quase nada, ou nada mesmo, mas eu precisava vomitar um pouco do que circula por aqui.