25 de abril de 2011

"Meu" amor em vão

. meia colorida - Amanda Machado

Eu adoraria ter minhas mãos sobre uma folha onde essa canção estivesse colada, eu adoraria ter esta canção, ser, que fosse minha.

"Céu azul e os dois pés na água, aonde o mar acaba
O frio, a tarde, a solidão
Duas mãos vão rasgando as cartas, lavando as mágoas
Assim é o amor em vão

Cada canção de amor abre a ferida
que não vê fim
Cada fração da dor,
agora é chuva, cai em mim
Mas tudo vai passar,
como tudo passará."
                                                                           - Herbert Vianna
21 de abril de 2011

Uma longa noite de amor

. meia colorida - Amanda Machado

Essa noite, como muitas outras que já se passou, você dormiu ao meu lado. Eu adormeci enquanto sorria e chorava sobre o seu braço. Eu passei longos minutos te olhando, sentindo seu calor, segurando a louca vontade de te beijar.
Essa noite eu dormi com você, e entre os seus cílios eu vi todos os meus antigos amores, que são tão novos no total, eu vi o quanto quis dormir ao lado deles, abraçar, tocar, sentir, colar. Essa noite eu dormi com você, e foi tão aconchegante, foi incrivelmente doloroso, porém bom.
Essa noite, nos meus sonhos, eu morri de dor, agonizei de louco e perverso amor. Me entreguei aos loucos mensageiros que me levariam até o amor. Clamei pelo amor, e eu dormia ao lado dele.
Essa noite, eu dormi. E, essa manhã eu acordei ao seu lado, com você, ali, sonolento. Eu acordei com um desconhecido que se fosse mais conhecido eu me sentiria uma louca. E, eu tinha dormido com você. Eu tinha te olhado, lembra? Mas, eu não tinha acordado com você, nunca antes, você sempre se desfazia antes de eu abrir os olhos, você pegava as suas coisas e ia embora, e eu acordava pensando que a dor da noite tinha passado e acabado, e estava longe, bem longe, mas dessa vez você acordou comigo.
Você me atormentou no café da manhã, e enquanto eu cozinhava, e enquanto eu tomei banho, todos esses dias, você vai me atormentar, como você está me atormentando agora, nesse segundo, às 18:40h de 21 de abril de 2011. Você está vivo aqui, e eu quero que você morra. Some daqui, vai, por favor!

Essa noite eu abracei, beijei e esperei, o meu travesseiro.


E eu acabei de morrer de rir e dançar ao mesmo tempo ouvindo Happy Alone. Ouviu? Eu acabei de morrer de rir!
19 de abril de 2011

Confirmação

. meia colorida - Amanda Machado

Sabe os pequenos momentos? Aqueles que são maravilhosos, cheios de encanto, simples, porém lindos?

É, você sabe. As pessoas, em geral, - sim porque é sempre bom dizer que está generalizando - têm esses momentos, e as pessoas, os correlacionam a outras pessoas.

"Ahh, eu estou tão feliz. Como foi boa aquela tarde na praia olhando o mar ao lado do Ciclano."

"Eu achei tão bom passar o dia andando pela cidade com o Beltrano, foi simples, porém encantador."

"Como foi divertido correr na chuva ontem. Eu e o Fulano rimos de montão."

Sim, eu estou de saco cheio das pessoas só darem valor para as coisas simples da vida e lindas, porque são lindas, quando estão ligadas a outra pessoa. É essa necessidade de ser feliz com o outro, de ser "impossível ser feliz sozinho" como disse o poeta. Loucura! As pessoas podem sim ser felizes sozinhas, e curtirem os momentos bons, pequenos e simples, sozinhas. Somos capazes, somos no quesito felicidade e em muitos outros, autosuficientes. Não estou dizendo que não precisamos do outro, não sou eu a louca, só quero protestar quanto a essa multidão que morre de depressão, morre de dor, de medo, e se angustia, porque é infeliz, porque não tem alguém. As pessoas não têm uma as outras. As pessoas se têm e pronto, elas vivem com as outras. E esse ideal de consumir o outro é que acaba com a mente, principalmente de mulheres jovens, destrói mesmo.
Muitas vezes sorrimos porque estamos naquele lugar normal, naquele dia normal, ao lado de uma pessoa especial, mas, também podemos sorrir sozinhos, quando o vento bate no nosso rosto, ou quando vemos criancinhas fofas e imaginamos nosso passado ao mesmo tempo em que planejamos o futuro. Podemos ir à praia sozinhos e sermos feliz e termos um dia incrível e comemorarmos. Podemos ir ao parque, ao cinema, teatro, na esquina, no bar, no portão, olhar a lua ou o sol, e sermos felizes.

Afinal, nós temos uma boca e, é só disso que precisamos para sorrir, de mais nada!


12 de abril de 2011

Estamos em construção

. meia colorida - Amanda Machado

Escrito no dia 06 de abril de 2011.

E se Ele não estivesse olhando por nós? E se Ele decidisse que a partir de agora, hoje, esse minuto, nós íamos nos virar sozinhos? E se Ele desistisse de nós?
E... Se nós desistissimos de nós, e se nós cansássemos, e se doesse muito aqui, que fosse preciso parar? E se fosse só eu? E se só eu desistisse? Desistisse da vida escrota que eu vejo vocês levarem. Desistisse da vida, simplesmente.
Estou cansada de babaquice, gente tosca, que mente, desmente, inventa e destrói tudo que vê pela frente. Minha alma está sedenta de paz, de ação, de paz, de construir, e as pessoas insistem em quebrar cada parede que eu levanto. Deixa eu construir!

"Eu canto a paz, que bem me faz, feliz de estar em qualquer canto. Eu canto a paz, a paz em todo canto. Eu penso postivo, e acredito assim que a vida volta positiva para mim, vou como posso, tranquilo no meu passo, que eu aprendi a graça de tornar a vida leve, como quem tem a manha de dançar um reggae, gente do bem, que o bem é bola de neve, e arrasta todo mundo pra dançar também. Ai, o que mais é preciso pra passar por aqui numa boa? Ai, experimente um sorriso e ouça o som dessa música que soa. Eu canto a paz, feliz de estar em qualquer canto. Eu canto a paz, canto a paz, a paz em todo canto." - Línox
3 de abril de 2011

Sr. Barão me faça Baronesa

. meia colorida - Amanda Machado

E um intenso Barão voltou na minha vida, e veio cheio de atitude, lágrimas e amor, e me aconchegou em seu peito, e eu senti seu corpo quente colado ao meu, e me senti segura, e nada me machucaria mais do que aquele momento, eu tinha certeza, nada poderia ser pior. O pior já estava acontecendo, e passaria. Tudo passa. E como ele mesmo disse, "eu voltaria atrás no tempo", e sofreria ainda mais naquele 'Nosso Mundo', e seria ainda mais, e choraria ainda mais. Eu enxerguei, mesmo com os olhos molhados de lágrimas antigas, eu pude ver.

Como esse Barão ainda me faz, como?

E ele me faz uma sequência de perguntas, para as quais nem sempre eu tenho resposta, e eu coloco mil cláusulas no nosso contrato. 'Por que a gente é assim?' E eu não quero que ele desgrude, e que ele suma. Não some. E eu canto ao pé do ouvido:
"Você tem exatamente
Três mil horas pra parar de me beijar
Hum, meu bem, você tem tudo
Pra me conquistar

Você tem exatamente
Um segundo pra aprender a me amar
Você tem a vida inteira
Pra me devorar
Pra me devorar!"

E eu sonho que ele chegue bem, bem de repente, não na hora marcada. E eu ofereço tudo, "meu calor, meu endereço". E imponho:
"E quando me quiser que seja de qualquer maneira
Enquanto me tiver que eu seja o último e o primeiro
E quando eu te encontrar, meu grande amor, me reconheça"

E por que eu ainda penso nesse nosso amor? Por que me lembra coisas boas? E, por que eu queria dizer tudo isso milhões de vezes, e repetir, e repetir, mas me calo? E por que as pessoas insistem em amar?

Por que tudo acaba, de uma forma ou de outra, mas acaba e deixa buracos, dor e espaço, para tudo começar de novo, por quê?