28 de setembro de 2011

Exagerado, jogado aos seus pés

. meia colorida - Amanda Machado

E eu saberia ser tão feliz e eu choraria a minha felicidade, porque tudo ainda teria aquele encanto que sabia me deixar exagerada. E como eu sei ser exagerada, exagerar é sinônimo de respirar para mim. E eu seria meiga, e doce, e deixaria qualquer amargura de lado para viver ao lado de um prato cheio de notas, palavras e intensas melodias. Eu me anotaria em você, me escreveria tão fundo, me lançaria tão dentro que seria impossível me arrancar, expulsar, ou até mesmo me ignorar. Minha presença doeria, cansaria e irritaria a sua pele, suas teses, seu lance, seus romances. Eu atrapalharia e afastaria qualquer mal que te quisesse atingir, a menos que o mal fosse eu, eu sei fazer mal a quem quero bem, eu sei.
E eu viveria como se não quisesse mais nada, só aquelas coisas que nós dois queremos, aquelas mil coisas, e entenderia que não poderia passar todo tempo te querendo, mas que poderia passar todo o tempo dentro de você, em algum lugar esperando a minha hora, o meu tempinho. Eu seria a sobra, o resto e estaria de barriga cheia, porque eu saberia ser tão feliz, dessa vez eu saberia, dessa vez, porque todo o mundo já perdeu a primeira chance não é?
E eu quebraria a cara da moral, quebraria a cara da caretice, quebraria a cara da dor, do ciúme, da inveja e da fofoca. Eu quebraria a cara dos olhos que me olhassem mal, eu quebraria a cara de quem não gostasse de me ver, eu quebraria a cara, o bico, o nariz, de quem achasse minhas atitudes, minha postura, minhas roupas, vulgar. Eu quebraria tudo.
E eu seria eternamente invadida por coisas quentes e confusas, e boas e tudo seria bem mais encantador do que tudo que já foi. E você me entenderia, sorriria e me beijaria naquele cantinho escuro e assustador que você encontrou em mim, e seria bom.

Exagerei?

Aposto que sim, mas apostar é coisa que não faço, e seria imperdoável quebrar alguma das minhas regras. Sou cheia delas. As pessoas em geral são cheias de regras. E eis uma delas aqui: Como estou começando a escrever aquele livro que apareceu naquele sonho e como venho estudando e não tendo tempo para mais nada, não estou conseguindo escrever mais nada, parece bloqueio, e agora vou agir como bloqueada.

... eu sou mesmo exagerado, adoro um amor inventado!

11 de setembro de 2011

Vocação

. meia colorida - Amanda Machado

Pode ser que eu sonhe demais e que já tenha passado da hora de acordar. É, eu posso já estar atrasada para a droga de vida que está destinada a mim. Mas eu não quero ser uma pessoa frustrada, não quero chorar por não ter tentado algo que pudesse me fazer feliz. Talvez eu nem seja feliz, mas eu vou estar tentando.
Todos nós queremos ser algo mais, a menos que você queira ficar sentado fazendo nada, sendo nada, e conhecendo nada. Eu só quero ser! Eu sei, os meus absurdos podem influenciar outras pessoas a serem tão absurdas quanto eu, eu sei, mas minhas frases ainda não são tão poderosas e muitas vezes os absurdos são absurdos até mesmo se aplicados a minha vida.
Eu vou tentar, as pessoas tentam porque elas querem conquistar, talvez só mais um conceito do que não ser, mas, se você não conhece o mundo inexplicável lá fora, se você congela e deixa pra depois, o depois fica longe demais, chega a ser mais do que distante e se torna impossível.
As nossas chances podem ser pequenas e podemos fazer tudo errado, mas o momento conversando na calçada com meus antigos colegas de classe da oitava série me fizeram lembrar que lá, em 2007, eu também era um pouco perdida de mim, e achei que fosse me achar, e não achei por completo, ainda estou procurando, porém, o CEFET me fez um pouco. Eu não seria isso sem ele, sem eles, sem elas, sem todos. Eu posso não estar aqui, e talvez daqui há bem pouco tempo eu me perca em outros lugares, mas eu vou me buscar, porque eu sei que um dia eu vou achar algo ou alguém que me seja mais do que eu sou.

Cindy e Jordy foi incrível encontrar vocês dois hoje, incrível!

"(...) liga o rádio a pilha, a tv, só pra você escutar a nova música que eu fiz agora, lá fora a rua vazia chora. (...) pus nos olhos vidros pra poder melhor te enxergar (...) que a nossa música eu fiz agora, lá fora a Lua irradia a glória, e eu te chamo, eu te peço: vem! Diga que você me quer porque eu te quero também." - Luz dos olhos



5 de setembro de 2011

Sobre linhas tortas

. meia colorida - Amanda Machado

Bem, nos últimos dias não estou sentindo vontade alguma de escrever no blog, na verdade, de escrever qualquer coisa que não seja um poema, mas como a timidez ainda me vence e não consigo postar meus 'lixos' aqui, estou eu seguindo um velho conselho me dado por um padre, na verdade, um conselho um pouco modificado, já que ele me disse que quando eu não sentisse vontade de ir a missa, ou de rezar, ai sim, que eu deveria ir e rezar, então já que não estou sentindo vontade de escrever, o estou fazendo.
Essa semana me senti bem e restaurada, o fim de semana foi de novidades e vontades, e qualquer coisa¹, eu mudei mesmo. Mudei porque agora vou deixar as linhas ficarem tortas e vou esquecer a régua, talvez eu comece a escrever direto à caneta e deixe minha vida acontecer um pouco usando ou não um corretivo. É que, eu mudei mesmo, eu não sinto mais o que eu sentia, eu sinto dó, indiferença, e carinho, e isso me faz diferente, já que eu não conseguia sentir os dois primeiros sentimentos, e vamos combinar que eu tenho estado muito mais feliz.
E eu venho sonhando, claro que sonho coisas que não vão acontecer, pelo menos não nos próximos dez anos, mas sonho e isso também já me faz diferente, e estou frequentando lugares que eu não frequentaria antes, e que ainda me dói um pouco permanecer, mas vamos lá, eu consigo.Tenho pronunciado mais as frases "Eu não tenho medo de nada." e "Eu sou adulta." e agora acredito mesmo nas duas. Por quê? Devido as minhas ultimas atitudes. Eu estou desejando e isso já me faz crer.
Digamos que eu sou uma Factory of Faith², e só o que eu faço é acreditar, e venho acreditando que posso ser o que eu sou mas um pouquinho diferente.

Tenho um plano. Ele tem a ver com a maturidade e com o fato de que devo me transformar em um "garota-geladeira". Trecho do livro Ok, estou usando calcinhas gigantes de Louise Rennison


¹ ... Qualquer coisa a gente muda/ Espetáculo de dança de João Saldanha com Angel Vianna e Maria Alice Poppe ao qual eu fui. Parabéns, foi uma apresentação incrível!
² Música do CD novo do Red Hot Chili Peppers, I'm with you, música maravilhosa!