21 de fevereiro de 2013

Como (não) escolher


. Sim, eu uso meias coloridas - Amanda Machado

 Pode não parecer mas você também é uma escolha, além de tudo que você é para tantas pessoas, você é uma Escolha. Eu te escolhi. Entre tantas poucas opções que eu tinha em determinado tempo, você foi a minha. Isso não quer dizer que você era a opção mais bonita, mais inteligente, mais carinhosa ou a que as pessoas me aconselhavam a optar, você não era, mas foi a que eu sem me perguntar muito, decidi. Escolhi. Talvez, pode ser que essa seja a verdade mas não acredito muito nessa hipótese, eu tenha pensado que você havia me escolhido e, por isso, eu tivesse que lhe escolher também, mas hoje eu vejo que você não tinha me escolhido, você não me Escolheu...
 Mas eu te Escolhi, e sim porque você era e ainda é a pessoa que eu mais quis ver ao meu lado, por mais que as outras opções parecessem de mais sucesso e mais seguras, eu quis enxergar você, buscar você, conhecer você. Eu tenho esse perfil de quem prefere o impossível. Se alguém me quer, se algo vem fácil, não é tão bom assim. Precisa ser difícil, ser doloroso, cansativo, frustrante, aí eu quero. Difícil admitir que talvez eu tenha feito a escolha menos adequada até mesmo para minhas pobres expectativas (normalmente, as de sofrer).
 Errei? Pode ser que sim, mas sempre que eu penso em desistir, que eu vejo que estou no caminho errado, algo tentar manter minha vontade de estar perto, incrível. Apesar de você me intimidar, e por isso, eu sempre tentar me manter o máximo de afastada, é só olhar para sua nuca descoberta para sentir vontade de me enroscar em um abraço, me grudar em você, me pendurar em seus cílios a piscar e ficar.
 Eu posso vir escolhendo errado há anos, eu admito minha tão grande culpa, mas algo em você me fez pensar que essa escolha fosse viável, e eu escolhi. Escolho agora as seguintes opções: Me desapontar, depois cavar até o fundo do poço, depois afundar minha cabeça dentro de mim, e então ver o que sobrou inteiro em todos esses anos, e assim voltar disposta a assumir novas velhas escolhas e escolher. Eu Escolho! (Uma segunda escolha é possível, dependendo das circunstâncias, a de seguir em frente nesse caminho cego e esperar para ver.) Esperemos, a minha escolha já está bem clara agora.

"Sei que, às vezes, uso
Palavras repetidas,
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?"



1 comentários:

  1. Sua sensibilidade é fantástica! Gosto dos seus textos porque eles deixam transparecer o verdadeiro ser humano, sem hipocrisias e vaidades.
    Abraço

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