13 de junho de 2011

Entre gritos e beijos

. meia colorida - Amanda Machado

Essa semana me disseram uma frase que me fez ficar com cara de: ignoro sua teoria. Depois de dois minutos, lá estava eu sendo absorvida pela teoria e absorvendo as minhas reações a absorção.

"Onde tem amor, tem briga."

Parece tolo e insensato concordar com tal afirmação, mas depois de uma grande análise de espírito e das estatísticas, me decidi. Concordo! Concordo porque é inutil não concordar, seria só por teimosia. Realmente, não tem como amar o outro, com suas imperfeições (mesmo que pareçam perfeitas ao olhos dos apaixonados), suas manias, pensamentos e teorias, que nunca são iguais as nossas, sem discordar. Discordar é viver. Se concordamos com tudo, desprezamos o fato de que temos um cérebro só nosso e passamos a substituí-lo pelo de outra pessoa, isso não é vida. Se você ama, você vai discordar, porque você vai conviver com alguém diferente de você, e logo, vai discordar. Não dá para comer jiló apenas pelo fato de que alguém que você gosta, gosta.
O amor pode nos tirar o rumo, pode nos tirar do caminho, pode fazer malabarismo com nossos corpos, mas não pode arrancar nossos ideais de nossos peitos, logo, por discordância, haverá brigas. E muitas, é melhor nem contar! Mas, se você amar, se quiser estar, se aprender a perdoar, a ignorar, e a fingir que os comentários que te atingem, não atingem, pronto, você está preparado para amar o outro.
Brigar é bom, quando é saudável e por um motivo real. Monstros imaginários que nos acompanham desde que tinhamos cinco anos não pode causar uma briga depois que você já convive com ele há vinte anos. E, se você já conhece tanto o monstro do outro quanto conhece o outro, isso também não pode ser causa de briga, afinal, você escolheu o monstro também. É escolha!
Discutir é totalmente compreensível, se você compreende que é só para expor e não para mudar as ideias do outro. O outro não pode mudar, você o amou assim, se muda demais, o amor muda também... e pronto, vocês vão ter vinte e cinco anos de casados, umas cem brigas no currículo, contudo, aquela pessoa que está ali depois de vinte e cinco anos, não é a mesma com quem você se casou, então, o casamento sequer deveria ter valor quando isso é constatado.

Eu brigo e amo, e isso é tão natural que se eu não brigasse, seria como se eu não amasse, e, não amar é tão irreal.

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