. meia colorida - Amanda Machado
O começo é sempre dramático. É sobre tragédia, dor, cansaço, morte. O começo é cheio de esperança e cheio de apelo pelo fim. O começo é o desespero dos que começaram. No começo tudo dói, tudo é difícil e complicado. O começo é a parte onde tudo é cansativo, mas nunca se cansa. Nunca cansa de começar. O fim é duro, pobre, ruim mesmo, e ainda assim começa de novo, o novo fim.
Começar é ter esperança, sempre. As vezes é tolo, mas começamos porque ainda queremos tentar algo novo, ou não. Ou não. É melhor ficar repetindo do que continuar.
O começo é sempre trágico. E você se mata quando decide começar. Eu começo, tu começavas, ele começou, nós começáramos, vós começarias, e eles começarão. É sempre assim. Se você não começa é porque está terminando. A busca pelo novo começo, que pode ou não ser um recomeço, é sempre como uma nova aventura. Tem o outro e tem você, e tem você querendo o outro, e o outro as vezes te querendo também. Tem você se derretendo, e tem a outra parte intacta, ou tem os dois se derretendo.
O começo nem sempre é puro, nem sempre é amor, nem sempre é alguma coisa, as vezes de tanto não ser, se torna. O começo nem sempre é bom, nem sempre é só seu, nem sempre é seu. O começo nem sempre é começo, já pode começar acabando. O começo pode ser bem gostoso, ou ser calmo, ou ser violento, ou assustador, ou fantástico. Começo pode ser surpresa, se você escolher assim. O começo é sempre de luta.
O inusitado é eu estar começando. Divido a minha esperança por um ótimo começo.
Please don't ask me where
Where you think I've been
I've been a lot of places
But this could be my win
- Meet me at the corner; Red Hot Chili Peppers


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