12 de julho de 2011

Cartinhas

                                   Foto do Paper and Company
. meia colorida - Amanda Machado

Eu sou muito bobinha. Não fico me sentindo mais boba por admitir tal fraqueza. Eu me entrego tanto em tudo que escrevo, que quando alguém me escreve algo eu fico imaginando a outra pessoa se entregando e acredito em tudo que vejo escrito. Eu sou altamente sensível em relação a manuscritos. Se me escrevem uma carta, bilhete, mera frase, eu caio no buraco que montaram para mim. Caio! E eu não estou reclamando, eu sou feliz por cair, e quero continuar caindo toda e eterna vez que alguém me escrever algo, porque eu sou o tipo de pessoa que liga para essas coisas. Eu só escrevo o que não consigo dizer, e só digo quando é impossível escrever, o que é escrito você guarda, você mostra e relembra, o que se é dito é facilmente esquecido, alterado e inflamável. Eu acredito porque tudo que escrevo é de verdade, é para se levar a realidade.

Eu sou boba, bobinha, mas vou continuar mantendo a minha postura, não vou confiar se desconfio. Sou desconfiada.

“Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca." - Clarice Lispector

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