13 de novembro de 2011

Só escreve mesmo quem já desistiu de viver...

. meia colorida - Amanda Machado

 Caminhar, pensar, imaginar... Três palavras tem um poder devastador sim! É que quando você se imagina com uma aliança no dedo você não quer se imaginar infeliz, mas eu imaginei, me imaginei muito infeliz. Comecei a lembrar de tudo que começou e nunca terminou e ainda mais de tudo que nem começou, ou de tudo que só terminou. Uma vida cheia de casos eu vou carregar (isso me deu vontade de escrever uma música daquelas bem bregas onde você cospe a sua vida).
  E lá estou eu a olhar a mão esquerda e ver uma aliança que não existe. Estou a imaginar um casamento defeituoso, cheio de palavras confusas, conversas confusas, atitudes confusas, brigas confusas, e um "eu" que nem sabe por que se casou. Estou imaginando o pior baseado em...? Nada. Não estou me baseando em nada, e daí ressurge das cinzas os meus encontros defeituosos como o meu casamento que não existe. Eu só vejo os defeitos.
 Os meus casos passageiros são tão marcantes quanto as suas histórias de ex-namorados. São marcantes porque eu faço questão de marcar o gado que vocês insatisfeitos com as dúvidas nomearam de sentimentos. Sentimentos, o que é isso mesmo? Prefiro continuar a me dedicar à pecuária. E o gado, marcado no meu couro, reflete essa minha imaginação perigosa, minha aflição e afeição por tudo que vai dar errado.
 Confusões à parte é melhor concluir o meu pensamento louco, minhas lembranças fúteis e a minha imaginação devastadora dizendo que eu não sei que fim se deu à minha aliança imaginária, já que as lembranças foram mais fortes e fizeram com que eu me esquecesse de imaginar. Somos todos assim, o real nem sempre é mais forte que o ideal, mas nesse caso, nem um, nem outro.

Conclusão: Só escreve mesmo quem já desistiu de viver.

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