. Sim, eu uso meias coloridas - Amanda Machado
Em alguns momentos da vida nos deparamos com pessoas que amamos quebrando aos poucos o amor que sentimos por elas, mas em outros, não há mais o que quebrar e a pancada é tão forte que não há outra opção, o amor desmorona e vai ao chão, e com certeza esse amor nunca será o mesmo de quando estava de pé. A pancada é tão forte e a dor tão latente que só de olhar se sente uma necessidade gigantesca de se manter longe, o mais longe que se pode ficar de uma pessoa dentro de uma mesma casa. Todos os planos, todas as vontades, todas as lembranças boas, não existem, e só o que vem a sua cabeça é a dor física e emocional que lembra o que aconteceu a todo minuto.
Não te reconheço mais. Há muito tempo você vinha me fazendo esquecer a pessoa incrível que eu via ainda criança, há muito tempo eu não te idolatrava mais, mas agora, você não me fez esquecer, você me fez não sentir. É duro, e por muitas vezes creio que a culpa é minha, talvez se eu não existisse... Mas o valor das pessoas está sim nos olhos das outras, mas se não estiver no olhar da própria pessoa é como se não existisse, e pode olhar fundo nos meus olhos que você vai enxergar o reflexo do valor que eu vejo que muitas pessoas me dão, exceto você.
Eu já escrevi muitas coisas pra você, até mesmo aqui, mas acredito que com o tempo, essas palavras, as direcionadas à você, vão ser cada vez mais distantes e frias e doídas e escassas. Talvez eu erre aqui, no ponto onde aceito que as coisas não tem mais jeito, mas sinto muito, eu posso ser forte mas ainda sou a mocinha pequena que precisa de colo, e eu já não tenho mais forças pra lutar uma luta que já não tem mais volta, onde não há mais caminhos a percorrer. Esgotei. Estamos esgotadas.
E esse futuro, no meio do nosso caminho, já é nebuloso e fictício, eu não posso mais ser a pessoa que eu quero ser, você não é e não quer ser a pessoa que caminha ao meu lado, fazemos força para que não acabemos, mas você diz que o que quer é que fiquemos cada vez mais longe, então vamos ficar.
Se não dá para vencer, pelo menos devo me proteger, porque todos estamos cansados do pouco valor e amor que recebemos. Você fala de merecimento, eu não mereço mesmo ter você na minha vida, eu não mereço. Mas o que fica mais claro a todos é que você não nos merece na sua vida.
Sinto muito pelas besteiras que eu disse, a raiva é poderosa demais, e pode nos transformar em quem não somos, e eu sou pessoa humana o suficiente para reconhecer que erro e pedir desculpas. Espero que você encontre o seu caminho, mas eu tenho muitas dúvidas sobre se estarei ai para ver isso.
*Boa sorte/ Good luck da cantora Vanessa da Mata.
24 de dezembro de 2012
15 de outubro de 2012
re-Traduzindo
. Sim, eu uso meias coloridas - Amanda Machado
Sempre que eu leio um livro novo eu sinto uma vontade louca de contar para alguém todas as conclusões as quais eu cheguei a partir da história do tal livro. Essa semana eu terminei de ler o livro "Garota, traduzida" (Girl in translation, título original) de Jean Kwok, e a partir do mesmo veio um turbilhão de coisas para sentir, para gostar, para querer conhecer. Um exemplo? Agora eu quero saber muito mais sobre a China, mais ainda sobre os imigrantes chineses nos Estados Unidos, e muito mais ainda sobre livros com temáticas como a deste livro... Mostrar que as nossas escolhas são nossa vida, e que se uma coisa parece que dá errado, ou dá, não é motivo para se desistir.
É que muitas vezes temos dúvidas, se fizemos a escolha certa, se escolhemos o curso certo, a profissão certa, a casa certa, o marido certo, a vida certa, e ficamos perdidos em uma pilha de "se" que não só nos tortura como pode nos enganar. Realmente é bem difícil optar por coisas nas nossas vidas que consequentemente nos obriguem a abrir mão de algo importante, como o amor no caso da história do livro, mas ficar se torturando com hipóteses e dúvidas ainda maiores não nos levam à lugar algum, eu sei.
No fim da greve eu passei uma semana vivendo um luto terrível, onde eu só pensava no quanto eu seria infeliz quando a faculdade retornasse e no quanto eu não sabia se estava no curso certo. Passei longas noites me imaginando em outra profissão, vivendo a vida que eu sempre sonhei, e isso inclui um tempo viajando sem preocupações e o primeiro filho antes dos 30. Conclusão: Isso só me fez mal. Eu chorei, senti dores agudas, e desejei não ser tão confusa. As aulas começaram e agora já não me pego mais pensando tanto nisso. Talvez eu tenha feito a escolha errada mesmo, ou talvez eu tenha feito a escolha correta, eu sinceramente ainda não sei, o que eu sei é que eu estou vivendo.
Eu não tenho mais 7 anos para ficar chorando durante a noite porque não brinco o suficiente e logo vou virar adulta, eu sou uma adulta e meu tempo de brincar já passou (infelizmente, eu não brinquei o suficiente), mas o tempo de errar não, então, assim como a jovem heroína do livro, eu espero realizar tudo pelo qual eu venho lutando nesses 19 anos, e que nada seja em vão. Por mais que umas escolhas possam permanecer doloridas no futuro, que elas sejam fruto de uma vida onde eu tentei fazer o melhor, não só para mim, mas para os que eu amo e para os que me amam, tentando não obrigar as pessoas a serem quem elas não querem ser e não me obrigando a ser quem eu não sou.
P.S.: Boa história para um filme. Eu aplaudo (e choro)!
Sempre que eu leio um livro novo eu sinto uma vontade louca de contar para alguém todas as conclusões as quais eu cheguei a partir da história do tal livro. Essa semana eu terminei de ler o livro "Garota, traduzida" (Girl in translation, título original) de Jean Kwok, e a partir do mesmo veio um turbilhão de coisas para sentir, para gostar, para querer conhecer. Um exemplo? Agora eu quero saber muito mais sobre a China, mais ainda sobre os imigrantes chineses nos Estados Unidos, e muito mais ainda sobre livros com temáticas como a deste livro... Mostrar que as nossas escolhas são nossa vida, e que se uma coisa parece que dá errado, ou dá, não é motivo para se desistir.
É que muitas vezes temos dúvidas, se fizemos a escolha certa, se escolhemos o curso certo, a profissão certa, a casa certa, o marido certo, a vida certa, e ficamos perdidos em uma pilha de "se" que não só nos tortura como pode nos enganar. Realmente é bem difícil optar por coisas nas nossas vidas que consequentemente nos obriguem a abrir mão de algo importante, como o amor no caso da história do livro, mas ficar se torturando com hipóteses e dúvidas ainda maiores não nos levam à lugar algum, eu sei.
No fim da greve eu passei uma semana vivendo um luto terrível, onde eu só pensava no quanto eu seria infeliz quando a faculdade retornasse e no quanto eu não sabia se estava no curso certo. Passei longas noites me imaginando em outra profissão, vivendo a vida que eu sempre sonhei, e isso inclui um tempo viajando sem preocupações e o primeiro filho antes dos 30. Conclusão: Isso só me fez mal. Eu chorei, senti dores agudas, e desejei não ser tão confusa. As aulas começaram e agora já não me pego mais pensando tanto nisso. Talvez eu tenha feito a escolha errada mesmo, ou talvez eu tenha feito a escolha correta, eu sinceramente ainda não sei, o que eu sei é que eu estou vivendo.
Eu não tenho mais 7 anos para ficar chorando durante a noite porque não brinco o suficiente e logo vou virar adulta, eu sou uma adulta e meu tempo de brincar já passou (infelizmente, eu não brinquei o suficiente), mas o tempo de errar não, então, assim como a jovem heroína do livro, eu espero realizar tudo pelo qual eu venho lutando nesses 19 anos, e que nada seja em vão. Por mais que umas escolhas possam permanecer doloridas no futuro, que elas sejam fruto de uma vida onde eu tentei fazer o melhor, não só para mim, mas para os que eu amo e para os que me amam, tentando não obrigar as pessoas a serem quem elas não querem ser e não me obrigando a ser quem eu não sou.
P.S.: Boa história para um filme. Eu aplaudo (e choro)!
27 de agosto de 2012
Como eu me sinto quando surto
. Sim, eu uso meias coloridas - Amanda Machado
Nem tudo é sempre uma verdade.
"Vai ver você só está surtando como todas as outras cinquenta mil vezes...", e lá fui eu repetindo meu mantra, "você surta, querida", "lembre-se que você sempre surta". Eu surtei todas as outras vezes, que não foram cinquenta mil mas foram muitas. E eu repetia meu mantra enquanto minha amiga me dizia por uma conversa muito informal de rede social "Amiga, vê se não surta!" e a vontade que vinha era de digitar um grande "já surtei!!!!!!!".
Mas é que vocês me arrancam o teto sobre a cabeça e por um tempo eu ainda consigo me sentir segura, vocês fazem com que eu me sinta segura até o momento onde sinto todas as partes do meu corpo desabarem, e tudo gela, parece que o ar fica preso em algum lugar obscuro do meu corpo que a anatomia não define, o conteúdo sai pelos lados e eu acabo. É assim que me sinto quando não me sinto mais segura. A insegurança para alguns pode parecer algo que desequilibra e deixa tonto, e isso acontece comigo, mas a minha insegurança faz questão de me cortar os punhos, de amputar minhas pernas, de cegar meus olhos e de destruir meu pobre senso de ridículo, me deixa ridícula, e me deixa.
Fico imaginando os mil motivos que vocês tem, e vocês devem ter pelo menos uns mil para me tratarem assim. Imagino vocês na minha situação, tão inseguros quanto eu, com um corte ao lado do corpo e carregando uma faixa na cabeça onde se pode ver a confissão de todos os seus pecados. Imagino todos vocês pulando de uma alta muralha e caindo de cara no chão, esfolando o nariz, cortando os lábios, perdendo os dentes, ficando desfigurados. Imagino vocês caminhando em uma ponte que cai, nadando em mares congelados, correndo de um grande monstro com duzentos dentes na boca. Está confirmado: Eu surtei! Como todas as outras cinquenta mil vezes, eu perdi o rumo, me larguei em um canto e deixei que você comandasse a minha insegurança para um beco sem saída onde só resta para a pobrezinha uma solução, a de surtar.
Eu devia me obrigar a parar, a sossegar e a pensar que foi um dia ruim, ou dois, ou um bilhão, e que você tem os seus dias, assim como eu. Eu devia pensar que foi só uma frase, ou duas, ou um bilhão, e que eu entendi tudo errado e logo vou rir de tudo isso - e eu prefiro pensar assim - mas eu surtei, e quando eu surto, a bela pessimista que eu guardo debaixo do travesseiro salta para fora e eu não mando mais em nada.
E, é nessas horas que o ar volta a circular, e eu tento manter a calma. Faço uma lista dos motivos que eu não tenho para surtar, e rabisco uma lista dos motivos que eu gostaria de ter para surtar baseada em fatos reais. Normalmente é nessa hora que eu saio correndo antes que tudo doa, e se eu não corro... Então é a hora em que você sai correndo morrendo de medo dos meus surtos, das minhas inseguranças, das minhas confusões, da gritaria, do silêncio. Normalmente... Essa é a hora em que eu deixo você ir e repito que não poderia dar certo mesmo. Essa é a hora em que você vai e a culpa é minha mesmo. Essa é a hora em que eu sinto que o teto da minha cabeça volta para o lugar. Essa é a hora em que as pequenas doses de dor nova cessam e a dor de sempre se instala bem no meio do meu corpo. Essa é a hora...
Eu sempre chego a grandes conclusões quando imagino o fim das coisas. Sempre. Onde será que está o teto da minha cabeça? Não vou procurar.
Peço desculpas por já estar surtando, mas prometo todas as promessas que eu sei prometer que eu vou melhorar. Que eu vou ser um pouco menos a louca, e um pouco mais a pessoa normal que eu finjo ser.
Imagem de Lucas Adorno
Nem tudo é sempre uma verdade.
"Vai ver você só está surtando como todas as outras cinquenta mil vezes...", e lá fui eu repetindo meu mantra, "você surta, querida", "lembre-se que você sempre surta". Eu surtei todas as outras vezes, que não foram cinquenta mil mas foram muitas. E eu repetia meu mantra enquanto minha amiga me dizia por uma conversa muito informal de rede social "Amiga, vê se não surta!" e a vontade que vinha era de digitar um grande "já surtei!!!!!!!".
Mas é que vocês me arrancam o teto sobre a cabeça e por um tempo eu ainda consigo me sentir segura, vocês fazem com que eu me sinta segura até o momento onde sinto todas as partes do meu corpo desabarem, e tudo gela, parece que o ar fica preso em algum lugar obscuro do meu corpo que a anatomia não define, o conteúdo sai pelos lados e eu acabo. É assim que me sinto quando não me sinto mais segura. A insegurança para alguns pode parecer algo que desequilibra e deixa tonto, e isso acontece comigo, mas a minha insegurança faz questão de me cortar os punhos, de amputar minhas pernas, de cegar meus olhos e de destruir meu pobre senso de ridículo, me deixa ridícula, e me deixa.
Fico imaginando os mil motivos que vocês tem, e vocês devem ter pelo menos uns mil para me tratarem assim. Imagino vocês na minha situação, tão inseguros quanto eu, com um corte ao lado do corpo e carregando uma faixa na cabeça onde se pode ver a confissão de todos os seus pecados. Imagino todos vocês pulando de uma alta muralha e caindo de cara no chão, esfolando o nariz, cortando os lábios, perdendo os dentes, ficando desfigurados. Imagino vocês caminhando em uma ponte que cai, nadando em mares congelados, correndo de um grande monstro com duzentos dentes na boca. Está confirmado: Eu surtei! Como todas as outras cinquenta mil vezes, eu perdi o rumo, me larguei em um canto e deixei que você comandasse a minha insegurança para um beco sem saída onde só resta para a pobrezinha uma solução, a de surtar.
Eu devia me obrigar a parar, a sossegar e a pensar que foi um dia ruim, ou dois, ou um bilhão, e que você tem os seus dias, assim como eu. Eu devia pensar que foi só uma frase, ou duas, ou um bilhão, e que eu entendi tudo errado e logo vou rir de tudo isso - e eu prefiro pensar assim - mas eu surtei, e quando eu surto, a bela pessimista que eu guardo debaixo do travesseiro salta para fora e eu não mando mais em nada.
E, é nessas horas que o ar volta a circular, e eu tento manter a calma. Faço uma lista dos motivos que eu não tenho para surtar, e rabisco uma lista dos motivos que eu gostaria de ter para surtar baseada em fatos reais. Normalmente é nessa hora que eu saio correndo antes que tudo doa, e se eu não corro... Então é a hora em que você sai correndo morrendo de medo dos meus surtos, das minhas inseguranças, das minhas confusões, da gritaria, do silêncio. Normalmente... Essa é a hora em que eu deixo você ir e repito que não poderia dar certo mesmo. Essa é a hora em que você vai e a culpa é minha mesmo. Essa é a hora em que eu sinto que o teto da minha cabeça volta para o lugar. Essa é a hora em que as pequenas doses de dor nova cessam e a dor de sempre se instala bem no meio do meu corpo. Essa é a hora...
Eu sempre chego a grandes conclusões quando imagino o fim das coisas. Sempre. Onde será que está o teto da minha cabeça? Não vou procurar.
Peço desculpas por já estar surtando, mas prometo todas as promessas que eu sei prometer que eu vou melhorar. Que eu vou ser um pouco menos a louca, e um pouco mais a pessoa normal que eu finjo ser.
23 de agosto de 2012
Abre e fecha
. Sim, eu uso meias coloridas - Amanda Machado
A porta do meu quarto não só tem levado todo meu tempo, como diz tudo por mim... E olha que o projeto nem foi concluído.
A porta do meu quarto não só tem levado todo meu tempo, como diz tudo por mim... E olha que o projeto nem foi concluído.
Os meus atuais sentimentos são segredo de Estado e questão de segurança nacional. Melhor silenciar!
9 de agosto de 2012
Pra não se afogar mais
. meia colorida - Amanda Machado
Faz tempo que não escrevo aqui. Faz tanto tempo que não escrevo. E hoje, mais uma vez, veio aquela vontade de dividir algo que só pode ser dividido com esse ser imaginário para o qual escrevo, um eu reprimido que precisa ler para entender o que sente e pensa.
Eu venci pequenos medos. Ou melhor, grandes.
E depois de quase três anos, quase três longos anos, fugindo de situações onde eu fosse obrigada a encarar o mar, eu me rendi e mergulhei nessa dose de pânico que eu mesma criei.
Eu cogitei passar muitos anos sem entrar no mar, eu cogitei passar a vida inteira sem maiores contatos com o mar, eu impus isso à minha vida com tamanha severidade que eu já nem sabia mesmo quando isso havia começado. Não vou dizer que não doeu. Nem mesmo que não senti o que sempre tive medo de sentir... Culpa. Eu me senti culpada, mas passou, e passou porque eu ouvi claramente enquanto a água quente do chuveiro caia sobre minha cabeça que não haveria chateação, que o importante era a felicidade, em sua resposta, linda como sempre, ele me disse que ele sempre ia preferir a diversão. E eu escolhi a diversão. Eu o ouvi no sussurro da água, e escolhi seguir suas palavras.
A saudade importa tanto que o resto não precisa importar.
Eu não superei, a morte não é algo que se possa superar, mas eu me aliviei, deixei só o amor permanecer e a raiva ir embora. E como todos que misturam raiva ao amor depois de situações trágicas, eu entendi que tudo era negação. Nada mudou. As dores continuam aqui, o medo continua aqui, o sofrer e o chorar vão continuar aqui, mas o amor também continua aqui, a alegria, a saudade, a vivacidade, a luz, a esperança, afinal, essa reação já devia ser esperada há muito tempo.
Parte de mim sempre vai morrer quando um dos que eu amo for embora, mas parte fica, e essa parte é que me salva, a que ainda quer amar mais.
Faz tempo que não escrevo aqui. Faz tanto tempo que não escrevo. E hoje, mais uma vez, veio aquela vontade de dividir algo que só pode ser dividido com esse ser imaginário para o qual escrevo, um eu reprimido que precisa ler para entender o que sente e pensa.
Eu venci pequenos medos. Ou melhor, grandes.
E depois de quase três anos, quase três longos anos, fugindo de situações onde eu fosse obrigada a encarar o mar, eu me rendi e mergulhei nessa dose de pânico que eu mesma criei.
Eu cogitei passar muitos anos sem entrar no mar, eu cogitei passar a vida inteira sem maiores contatos com o mar, eu impus isso à minha vida com tamanha severidade que eu já nem sabia mesmo quando isso havia começado. Não vou dizer que não doeu. Nem mesmo que não senti o que sempre tive medo de sentir... Culpa. Eu me senti culpada, mas passou, e passou porque eu ouvi claramente enquanto a água quente do chuveiro caia sobre minha cabeça que não haveria chateação, que o importante era a felicidade, em sua resposta, linda como sempre, ele me disse que ele sempre ia preferir a diversão. E eu escolhi a diversão. Eu o ouvi no sussurro da água, e escolhi seguir suas palavras.
A saudade importa tanto que o resto não precisa importar.
Eu não superei, a morte não é algo que se possa superar, mas eu me aliviei, deixei só o amor permanecer e a raiva ir embora. E como todos que misturam raiva ao amor depois de situações trágicas, eu entendi que tudo era negação. Nada mudou. As dores continuam aqui, o medo continua aqui, o sofrer e o chorar vão continuar aqui, mas o amor também continua aqui, a alegria, a saudade, a vivacidade, a luz, a esperança, afinal, essa reação já devia ser esperada há muito tempo.
Parte de mim sempre vai morrer quando um dos que eu amo for embora, mas parte fica, e essa parte é que me salva, a que ainda quer amar mais.
29 de junho de 2012
eu sou a Humanidade
. meia colorida - Amanda Machado
Coisas em que a humanidade precisa melhorar:
1 - A humanidade necessita "ser humana", porque esse seres não são humanos.
2 - Aprender que não precisamos receber em troca aquilo que se dá à alguém, inclusive amor.
3 - Parar de deixar as coisas para depois.
4 - Parar de achar que as coisas deixadas para depois nunca irão acontecer, só não vão acontecer se o indivíduo morrer, e sendo assim, começar a seguir outra lista.
5 - Parar de acreditar que existe fórmula, lista, cálculo, receita, para viver. Afinal, por quê não pode ser tudo um mistério?
Então... Só para variar, eu percebo que nem eu mesma me ouço. Estou fazendo uma lista, eu continuo deixando tudo para depois, e continuo me amedrontando ao deixá-las para um dia seguinte, eu continuo sendo uma gigantesca egoísta que crê que deve receber na mesma proporção tudo que oferece às outras pessoas, inclusive amor. Eu sou um ser humano. Bom!
Coisas em que a humanidade precisa melhorar:
1 - A humanidade necessita "ser humana", porque esse seres não são humanos.
2 - Aprender que não precisamos receber em troca aquilo que se dá à alguém, inclusive amor.
3 - Parar de deixar as coisas para depois.
4 - Parar de achar que as coisas deixadas para depois nunca irão acontecer, só não vão acontecer se o indivíduo morrer, e sendo assim, começar a seguir outra lista.
5 - Parar de acreditar que existe fórmula, lista, cálculo, receita, para viver. Afinal, por quê não pode ser tudo um mistério?
Então... Só para variar, eu percebo que nem eu mesma me ouço. Estou fazendo uma lista, eu continuo deixando tudo para depois, e continuo me amedrontando ao deixá-las para um dia seguinte, eu continuo sendo uma gigantesca egoísta que crê que deve receber na mesma proporção tudo que oferece às outras pessoas, inclusive amor. Eu sou um ser humano. Bom!
15 de junho de 2012
Destinatário: Santo Antônio de Pádua
. meia colorida - Amanda Machado
Rio de Janeiro, 13 de junho de 2012.
Caro Santo Antônio,
Esta carta tem apenas um objetivo: Levar o pedido certo. Nos últimos dois anos eu venho lhe pedindo a sua intercessão por muitos motivos, e ainda assim, uma mesma coisa sempre é esquecida. Não posso negar que recebi inúmeras graças maravilhosas, e uma delas tão melhor e mais esperada do que esta por qual venho apelando, porém, como o senhor disse em nossa conversa hoje, eu venho fazendo o pedido de forma errada.
Todos bem sabem que o senhor é o santo casamenteiro, e todos bem sabem que lhe colocar de cabeça para baixo - nesse caso, sua imagem representada em gesso - não facilita o processo, então resolvi lhe escrever uma carta para que assim o meu pedido, dessa vez correto, fiquei registrado e possa lhe ser cobrado no próximo ano.
E pensando durante minha caminhada da capela até em casa, resolvi que não quero um namorado, nem mesmo um homem de Deus, ainda menos um amor. Não quero presentes de dia dos namorados. Nem alguém que me mande mensagens durante minhas aulas de ballet. Não quero alguém para dividir minha agenda - se for somente por esse motivo - e meus compromissos. Não quero alguém que me aceite, que me ame, que me deseje, ou que me escute. Não quero só isso.
Resolvi começar pelo o quê eu não quero para que quando eu chegasse no que eu realmente quero, a minha vontade já fosse claramente entendida. Eu quero ser feliz. E não importa se eu vou estar namorando ou não daqui há um ano, eu quero estar feliz. E não importa se vai chover na celebração, eu quero servir e ser feliz. E não importa se eu vou estar cansada, ou triste, ou tensa, porque obviamente eu vou estar sendo feliz.
Não estou pedindo uma vida sem tristezas, porque o senhor sabe que a minha já vem sendo repleta destas e eu venho sobrevivendo, também não estou pedindo uma vida calma e tranquila, sem surpresas e dificuldades, porque a vida seria chata e monótona demais. Eu não estou pedindo uma vida fácil, eu quero as minhas dificuldades, as minha dúvidas, as minhas confusões, eu as quero muito, mas eu quero passar por todos os meus mil momentos em um ano e ser feliz.
Compreendo que muitas pessoas entendam felicidade como ter alguém para amar, e, ser amado, mas eu sei que não basta amor para sermos felizes. Tem que haver amor, eu também sei disso querido amigo - já lhe chamo de amigo porque entendo que depois de nossa conversa de ontem, o somos -, mas amor tem que vir com o tempo, e não pode ser exigido por alguém mastigando um pãozinho abençoado ao fim de uma missa. Agora eu entendo, eu fiz o pedido errado, e creio que o pedido certo agora será levado por ti aos ouvidos do nosso Deus.
Um abraço forte, de sua amiga.
P.S.: Se for para vir um namorado, que eu o ame e que seja uma pessoa boa, ouviu né?
Santo Antônio, rogai por nós!
Rio de Janeiro, 13 de junho de 2012.
Caro Santo Antônio,
Esta carta tem apenas um objetivo: Levar o pedido certo. Nos últimos dois anos eu venho lhe pedindo a sua intercessão por muitos motivos, e ainda assim, uma mesma coisa sempre é esquecida. Não posso negar que recebi inúmeras graças maravilhosas, e uma delas tão melhor e mais esperada do que esta por qual venho apelando, porém, como o senhor disse em nossa conversa hoje, eu venho fazendo o pedido de forma errada.
Todos bem sabem que o senhor é o santo casamenteiro, e todos bem sabem que lhe colocar de cabeça para baixo - nesse caso, sua imagem representada em gesso - não facilita o processo, então resolvi lhe escrever uma carta para que assim o meu pedido, dessa vez correto, fiquei registrado e possa lhe ser cobrado no próximo ano.
E pensando durante minha caminhada da capela até em casa, resolvi que não quero um namorado, nem mesmo um homem de Deus, ainda menos um amor. Não quero presentes de dia dos namorados. Nem alguém que me mande mensagens durante minhas aulas de ballet. Não quero alguém para dividir minha agenda - se for somente por esse motivo - e meus compromissos. Não quero alguém que me aceite, que me ame, que me deseje, ou que me escute. Não quero só isso.
Resolvi começar pelo o quê eu não quero para que quando eu chegasse no que eu realmente quero, a minha vontade já fosse claramente entendida. Eu quero ser feliz. E não importa se eu vou estar namorando ou não daqui há um ano, eu quero estar feliz. E não importa se vai chover na celebração, eu quero servir e ser feliz. E não importa se eu vou estar cansada, ou triste, ou tensa, porque obviamente eu vou estar sendo feliz.
Não estou pedindo uma vida sem tristezas, porque o senhor sabe que a minha já vem sendo repleta destas e eu venho sobrevivendo, também não estou pedindo uma vida calma e tranquila, sem surpresas e dificuldades, porque a vida seria chata e monótona demais. Eu não estou pedindo uma vida fácil, eu quero as minhas dificuldades, as minha dúvidas, as minhas confusões, eu as quero muito, mas eu quero passar por todos os meus mil momentos em um ano e ser feliz.
Compreendo que muitas pessoas entendam felicidade como ter alguém para amar, e, ser amado, mas eu sei que não basta amor para sermos felizes. Tem que haver amor, eu também sei disso querido amigo - já lhe chamo de amigo porque entendo que depois de nossa conversa de ontem, o somos -, mas amor tem que vir com o tempo, e não pode ser exigido por alguém mastigando um pãozinho abençoado ao fim de uma missa. Agora eu entendo, eu fiz o pedido errado, e creio que o pedido certo agora será levado por ti aos ouvidos do nosso Deus.
Um abraço forte, de sua amiga.
P.S.: Se for para vir um namorado, que eu o ame e que seja uma pessoa boa, ouviu né?
Santo Antônio, rogai por nós!
9 de junho de 2012
Vocês mais eu
. meia colorida - Amanda Machado
Sabe quando eu morro de saudade de vocês? Então, é quando eu ouço a nossa música¹, é quando vejo algo que se refere à Natal ou Ano Novo, é quando eu penso em ser "novinha de 14", beijar doze pessoas por ano e rir no meio da rua às duas da manhã, ou, não rir, chorar.
Eu lembro de vocês quando eu me sinto triste e ainda mais quando eu me sinto bem, porque queria vocês pertinho de mim. Eu lembro de vocês todos os dias, e ainda mais agora que vocês estão tão aqui. Lembro, porque vocês são "eu", e vocês sabem disso. Nós não somos somente amigas, nós somos umas as outras, e, talvez seja por isso que fiquemos tão mal quando descobrimos que não sabemos algo novo sobre a outra - ou velho -, mesmo que não tenha importância nenhuma.
Eu sinto vocês aqui dentro e vocês me sentem aí, "depois não querem que eu fale"², risos mais. Meninas, vocês são a minha parte velha que sempre será nova, e nós seremos velhas encalhadas, gordas - eu não -, e vamos continuar juntas como sempre.
Torço para que consigamos continuar sendo o que somos agora e o que fomos há anos atrás. Cinco anos se passaram, éramos apenas crianças, e agora nós rimos, vivemos e escolhemos como se fossemos adultas - que é o que nós somos -, nós crescemos juntas e com o apoio de cada uma de vocês, eu cresci, e como diria a Bianca, eu sinto muito orgulho de vocês duas, por vocês terem se tornado o que são, por serem pessoas boas, por trilharem seus próprios caminhos, por serem o que são. Eu sinto que as coisas não mudaram e não irão mudar.
Não irão mudar!
¹ Dezembro do cantor Línox.
² Bordão criado pela Bianca Villela
Sabe quando eu morro de saudade de vocês? Então, é quando eu ouço a nossa música¹, é quando vejo algo que se refere à Natal ou Ano Novo, é quando eu penso em ser "novinha de 14", beijar doze pessoas por ano e rir no meio da rua às duas da manhã, ou, não rir, chorar.
Eu lembro de vocês quando eu me sinto triste e ainda mais quando eu me sinto bem, porque queria vocês pertinho de mim. Eu lembro de vocês todos os dias, e ainda mais agora que vocês estão tão aqui. Lembro, porque vocês são "eu", e vocês sabem disso. Nós não somos somente amigas, nós somos umas as outras, e, talvez seja por isso que fiquemos tão mal quando descobrimos que não sabemos algo novo sobre a outra - ou velho -, mesmo que não tenha importância nenhuma.
Eu sinto vocês aqui dentro e vocês me sentem aí, "depois não querem que eu fale"², risos mais. Meninas, vocês são a minha parte velha que sempre será nova, e nós seremos velhas encalhadas, gordas - eu não -, e vamos continuar juntas como sempre.
Torço para que consigamos continuar sendo o que somos agora e o que fomos há anos atrás. Cinco anos se passaram, éramos apenas crianças, e agora nós rimos, vivemos e escolhemos como se fossemos adultas - que é o que nós somos -, nós crescemos juntas e com o apoio de cada uma de vocês, eu cresci, e como diria a Bianca, eu sinto muito orgulho de vocês duas, por vocês terem se tornado o que são, por serem pessoas boas, por trilharem seus próprios caminhos, por serem o que são. Eu sinto que as coisas não mudaram e não irão mudar.
Não irão mudar!
¹ Dezembro do cantor Línox.
² Bordão criado pela Bianca Villela
24 de março de 2012
Porta memória
. meia colorida - Amanda Machado
Eu tenho muito medo de muitas coisas, mas quem me conhece bem sabe que eu tenho muito medo de perder as minhas lembranças, de esquecer. Eu tenho medo, pois sou o tipo de pessoa que dá o merecido valor às lembranças - há quem diga que supervalorizo -, às que eu vivi e às que eu ainda vou viver. Eu sei que nossas lembranças são super frágeis, principalmente as que estão no nosso cérebro, mas hoje eu vi que as lembranças que não estão guardadas no cérebro, mas sim, nas ruas, em monumentos, em imagens, ou em pessoas, elas sim são muito frágeis. Frágeis porque não dependem de você, dependem da vontade de um outro, seja o outro a prefeitura ou um amigo antigo, dependendo do que te faz lembrar.
Resumindo: Cortaram três árvores da rua de baixo. As árvores não eram minhas amigas, eu nunca tive algum momento marcante naquele local, por exemplo, um beijo de cinema, nada considerado de grande importância, mas eu vivi ali, e viver já é tão importante.
Desde quando eu cheguei ao local onde moro hoje, eu passei por aquelas árvores inúmeras vezes. Eu sentei ali quando o sol castigava, e vi minha irmã com três anos pedir para descansar ali ao lado, eu vi grupos de crianças crescerem ali, elas foram moldura de grandes fotos, e agora, elas morreram. A morte dói, afinal elas foram cortadas sem dó e elas ainda podiam viver durante muitos anos.
Talvez eu esteja exagerando e talvez muitas árvores ainda passem pelo meu caminho, ou eu pelo delas, mas eu sempre vou lembrar-me do carinho que uma das árvores me fazia quando eu passava por baixo dela e um de seus galhos me tocava a cabeça.
P.S.: Eu amo lembrar! E... É por esse tipo de coisa que eu guardo tudo que me faz lembrar algo importante, até mesmo quando o tudo ainda não é algo importante, mas poderá ser, não é?
Eu tenho muito medo de muitas coisas, mas quem me conhece bem sabe que eu tenho muito medo de perder as minhas lembranças, de esquecer. Eu tenho medo, pois sou o tipo de pessoa que dá o merecido valor às lembranças - há quem diga que supervalorizo -, às que eu vivi e às que eu ainda vou viver. Eu sei que nossas lembranças são super frágeis, principalmente as que estão no nosso cérebro, mas hoje eu vi que as lembranças que não estão guardadas no cérebro, mas sim, nas ruas, em monumentos, em imagens, ou em pessoas, elas sim são muito frágeis. Frágeis porque não dependem de você, dependem da vontade de um outro, seja o outro a prefeitura ou um amigo antigo, dependendo do que te faz lembrar.
Resumindo: Cortaram três árvores da rua de baixo. As árvores não eram minhas amigas, eu nunca tive algum momento marcante naquele local, por exemplo, um beijo de cinema, nada considerado de grande importância, mas eu vivi ali, e viver já é tão importante.
Desde quando eu cheguei ao local onde moro hoje, eu passei por aquelas árvores inúmeras vezes. Eu sentei ali quando o sol castigava, e vi minha irmã com três anos pedir para descansar ali ao lado, eu vi grupos de crianças crescerem ali, elas foram moldura de grandes fotos, e agora, elas morreram. A morte dói, afinal elas foram cortadas sem dó e elas ainda podiam viver durante muitos anos.
Talvez eu esteja exagerando e talvez muitas árvores ainda passem pelo meu caminho, ou eu pelo delas, mas eu sempre vou lembrar-me do carinho que uma das árvores me fazia quando eu passava por baixo dela e um de seus galhos me tocava a cabeça.
P.S.: Eu amo lembrar! E... É por esse tipo de coisa que eu guardo tudo que me faz lembrar algo importante, até mesmo quando o tudo ainda não é algo importante, mas poderá ser, não é?
27 de fevereiro de 2012
Saldo zero
. meia colorida - Amanda Machado
E o saldo desse carnaval é... Zero! Foi zero em quase tudo, e, é isso que me deixou ainda mais desanimada do que eu já estava. Eu cheguei na sexta-feira cheia de expectativas de que esse carnaval seria melhor do que o do ano passado, mas esqueci de que não estávamos no mesmo ano, não eram as mesmas pessoas, o mesmo Rio de Janeiro, os mesmos amores, e foi ai que deu tudo errado. Nota... Zero!
Perdão aos que passaram o carnaval ao meu lado, o Carmelitas, o Multibloco e o Cru foram incríveis, e agradeço pelos momentos maravilhosos nesses blocos, assim como à vista maravilhosa! Mas eu queria mais, mais animação, agitação, diversão, alegria mesmo, queria mais calor, menos do Sol e mais de gente, queria paixão, e não rolou. Tudo bem, fica para o próximo carnaval, que eu só passo no Rio de Janeiro se eu tiver ao meu lado um namorado, afinal, todo mundo precisa de companhia, e eu de vela já não está dando mais, até o Sr. Castiçal já pediu para eu dar o fora.
P.S.: Sei que não escrevo há dois séculos, mas me perdoem a falta do que dizer!
E o saldo desse carnaval é... Zero! Foi zero em quase tudo, e, é isso que me deixou ainda mais desanimada do que eu já estava. Eu cheguei na sexta-feira cheia de expectativas de que esse carnaval seria melhor do que o do ano passado, mas esqueci de que não estávamos no mesmo ano, não eram as mesmas pessoas, o mesmo Rio de Janeiro, os mesmos amores, e foi ai que deu tudo errado. Nota... Zero!
Perdão aos que passaram o carnaval ao meu lado, o Carmelitas, o Multibloco e o Cru foram incríveis, e agradeço pelos momentos maravilhosos nesses blocos, assim como à vista maravilhosa! Mas eu queria mais, mais animação, agitação, diversão, alegria mesmo, queria mais calor, menos do Sol e mais de gente, queria paixão, e não rolou. Tudo bem, fica para o próximo carnaval, que eu só passo no Rio de Janeiro se eu tiver ao meu lado um namorado, afinal, todo mundo precisa de companhia, e eu de vela já não está dando mais, até o Sr. Castiçal já pediu para eu dar o fora.
P.S.: Sei que não escrevo há dois séculos, mas me perdoem a falta do que dizer!
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