11 de março de 2011

Uma mente muito inquieta


. meia colorida - Amanda Machado
"Nós todos construímos diques para manter a distância as tristezas da vida e as forças muitas vezes avassaladoras que atuam nas nossas mentes. Não importa a maneira pela qual fazemos isso - amor, trabalho, família, fé, amigos, negação, álcool, drogas ou medicamentos - construímos esses diques, pedra por pedra, ao longo da vida inteira. Um dos problemas mais difíceis está em construir essas barreiras com uma altura e uma resistência tais que se tenha um verdadeiro abrigo, um santuário afastado da dor e do tumulto frustrante, e que ele seja permeável o suficiente para permitir a renovação da água do mar que impedirá a inevitável tendência para a água salobra."
 "No entanto, o amor é para mim, em última análise, a parte mais extrordinária desse quebra-mar. Ele ajuda a deixar de fora o pavor e o desconforto ao mesmo tempo que permite a entrada da vida, da beleza e da vitalidade. (...) Depois de cada morte aparente dentro da minha mente ou do meu coração, o amor voltou para recriar a esperança e restaurar a vida. No melhor dos casos, ele tornou suportável a tristeza inerente à vida; e manifesta, sua beleza. De modo inexplicável e parcimonioso, ele proporcionou não só o agasalho mas a lanterna para as horas mais escuras e o tempo mais inclemente.
 Há muito tempo, abandonei a noção de uma vida sem tempestades, ou de um mundo sem estações secas e assassinas. A vida é por demais complicada, é constante demais nas suas mudanças para ser diferente do que realmente é. E eu sou, por natureza, instável demais para ter outra atitude a não ser a de uma profunda desconfiança diante da grave artificialidade inerente a qualquer tentativa de exercer um controle excessivo sobre froças essencialmente incontroláveis. Sempre haverá elementos pertubadores, propulsores; e eles estarão sempre presentes até o momento em que, nas palavras de Lowell, o relógio for retirado do pulso. No final das contas, são os momentos isolados de inquietude, de desolação, de fortes convicções e entusiasmos enlouquecidos, que caracterizam nossa vida, que mudam a natureza e a direção do trabalho e que dão colorido e significado final ao amor e às amizades."
                                                              Uma mente inquieta, de Kay Redfield Jamison

E esse é realmente um retrato do que se passa em mim e do que eu sou e sempre serei.

.. quando tá escuro e ninguém te ouve, quando chega a noite e você pode chorar, há uma luz no túnel dos desesperados, há um cais de porto pra quem precisa voltar, eu tô na lanterna dos afogados, eu tô te esperando, vê se não vai demorar, uma noite longa, pra uma vida curta, mas já não me importa, basta poder te ajudar e são tantas marcas que já fazem parte do que eu sou agora, mas ainda sei me virar, eu tô na lanterna!  . lanterna dos afogados

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