22 de dezembro de 2011

Um primeiro amor pra viagem, por favor!

. meia colorida - Amanda Machado

Literalmente acabei de assistir ao filme 'O Primeiro Amor' que tem como título original 'Flipped', e sabe quando você vê algo incrível que deve ter acontecido com milhares de pessoas, e que deve estar acontecendo neste momento e você queria ter na sua vida? É isso.

 Não é que eu queira ter treze anos novamente, ou ser rejeitada mais algumas vezes por garotos bobos, é que eu queria que depois de todas as rejeições - e como na maioria das comédias românticas - o rejeitador notasse algo incrível em mim, algo sem o qual ele não poderia viver. E assim, lutar para que os mal entendidos fossem desfeitos. Eu queria que fossem mal entendidos.
 A questão é que eu já tive o meu primeiro amor, e ele já passou por mim, teve lá sua repercussão, que foi longa e intensa, mas não teve nada de mágico para mais ninguém, só para mim - e nem foi tão mágico assim -, não sei se é tão fácil de entender, mas eu quero outro primeiro amor. Um que depois de algum tempo valesse a pena, eu respeito os sentimentos que em mim viveram e vivem, mas eu merecia algo maior.
 Eu merecia que o momento que nossas mãos se tocaram pela primeira vez fosse lembrado por nós dois, e que mesmo que o primeiro olhar não fosse perfeito para os dois, fosse algo inesquecível. Será que foi mesmo primeiro amor? Eu queria que mesmo que fosse ódio, raiva, nojo, qualquer coisa, houvesse reação de ambas as partes.


 Conheço pessoas que conseguem relatar pequenos momentos com todos os detalhes - e eu sou uma delas - mas existem alguns pequenos momentos que merecem nossa maior atenção. Não importa se discordamos, ou se metemos os pés pelas mãos, não importa se está doendo muito agora, e se um parece não se importar com os desejos do outro. Podemos soltar as mãos e sair por ai sozinhos, se mudar, viajar, esquecer, é uma opção, mas podemos entrelaçar os dedos e sonhar com os melhores momentos de todos.
 Amar alguém não é tarefa fácil, já que temos que nos doar, compartilhar nossas vidas, nossos desejos, nossas fraquezas e erros, mas se amamos alguém tanto a ponto de saber mesmo quando ela está sorrindo que algo está lhe doendo, é bom manter a fé.
 Realmente, como diz o filme, o primeiro amor a gente nunca esquece. Que venha o meu primeiro amor, que eu já passei por todas as simulações.


P.S.: Ele plantou uma árvore para re-re-reconquistá-la.
18 de dezembro de 2011

Renovando as esperanças

. meia colorida - Amanda Machado


Todo dezembro eu realizo “aquele ritual” de escrever um texto com uma mensagem de boas vindas a uma vida nova. Vamos ao ritual.

Esse ano, como alguns outros da minha vida, eu estou participando de uma novena de natal, eu realmente gosto de novenas, eu realmente gosto dos livrinhos, das orações, das conversas, dos gestos. Eu realmente gosto das pessoas que participam da novena junto a mim. E, é a partir daí que o ritual se torna claro. As pessoas. Algumas delas já fizeram novenas de natal outras vezes comigo, algumas delas já me conhecem há vários natais, e, esse é o encanto das novenas, unir.

Eu já estive muito mais feliz na minha Igreja, eu já estive muito mais satisfeita. Eu já vi mais união, e já tive mais amigos. Eu tinha mais planos, mais sonhos, mais amor. Agora talvez eu esteja vivendo uma grande mudança, ou, a minha Igreja esteja mudando, eu sonho mais com a segunda. É que tanta coisa mudou, estou sentindo falta de sonho nos olhos de algumas pessoas. Sonho no amor de Deus. Talvez só amor pelo sonho.

Eu já sonhei mais, mas a minha fé não diminuiu e eu continuo crendo que o Espírito do amor de Deus, pode fazer de todas essas mudanças coisas melhores, o Espírito que nos leva a falar, a orar, a adorar, a amar, o Espírito que derrama lágrimas pelos nossos olhos, o que não pede permissão, o que te leva ao chão para que você sinta e veja o que não quer ver.  O meu Deus vivo pode tornar toda e qualquer estrutura viva n’Ele.

E, é toda essa vivacidade que me torna crente apesar de toda dificuldade que me aparece. E eu desejo que meu próximo ano seja mais cheio de Deus, mais cheio de amigos, cheio de novidades, cheio de projetos novos, cheio de alegria, de união, de família, de voz, de música. Eu desejo que eu consiga levar o amor, que eu consiga viver o amor e senti-lo mais aqui dentro, onde a dor insiste em habitar algumas vezes.  O importante é não desacreditar, é confiar sempre que o que você deseja pode ser real se for vivido na verdade absoluta e que o que só quer fazer o bem é sempre ouvido. Todos nós podemos ser o que queremos!
17 de novembro de 2011

Azar de amar

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  Ela ia com o passo firme, longas passadas e a vantagem de chegar em um local que já estava cheio. Ela chegou com o olhar duro e entristeceu ao olhar aqueles olhos. Ela riu, brincou, dançou, conversou, mas enquanto fingia muitas coisas, chorava por dentro. Ela sentiu vontade de passar as mãos  nas costas dele, sentiu vontade de esbarrar o nariz no dele, sentiu vontade de tocar nele, lembrou de todos os dias, de todos os momentos. Aguentou calada, buscou a força e fez cara de felicidade.
  Ela foi para casa e chorou, de novo, chorou o amor que ela não podia viver, chorou o amor jogado no lixo, chorou o que ela não era e o que a outra era e ela não, chorou a noite toda. Chorou porque dói demais não poder tocar a pessoa que você ama e porque dói ser ignorada por quem você ama. Ela se questionou se algum dia havia sido importante para aquele ser amado, chegou a conclusão que nunca fora nada aos olhos do seu amado, nada mais que uma garota de uma vez ou outra. Como fora capaz de amá-lo?
  E todo amor do mundo estava dentro dela, e fora também, abriu a revista e pediu aos céus que algo lhe fosse dito ali, leu a coluna e era um pouco sobre ela, falava sobre pessoas solteiras que se dizem felizes solteiras mas acabam se sentindo inferiores e a espera de um namorado - que na maior parte das vezes nem precisa ser uma pessoa para se amar - e confundem os sentidos, de amor, namorar e tudo mais.
  Chorou tudo que não havia falado, chorou por se sentir rejeitada, todos os dias, chorou por se sentir uma boba, feia, tola e sensível demais. E por ser ela, daquela maneira, chorou até dormir e acordou e viveu tudo o que podia.
  Ser rejeitado é duro, dói, e pode tornar uma pessoa boa a pior do mundo, mas se alguém escolheu não te querer não adianta insistir, não posso obrigar alguém a me amar, mas... Um dia ela já vai achar um cara que lhe queira como você não quis fazer, sim eu sei que ela só vai achar alguém pra vida inteira como você não quis¹. Amar pra sempre existe, mas azar pra sempre não. E um amor não pode te doer a vida inteira, ele não vai me doer a vida inteira.
  Como o Antonio Fabiano Junior disse... "Continuamos histéricos, inseguros, com medos e nos achando feios, gordos e sem roupa. Sempre. Até que encontramos alguém. Alguém que não faz a gente precisar ser mais bonito para o mundo, [...]. Namoro é, de fato, quando a gente é abraçado por quem a gente gosta. E quando o outro gosta da gente do jeito que a gente é. Simples assim."

¹ Música do Skank, Acima do Sol.
13 de novembro de 2011

Só escreve mesmo quem já desistiu de viver...

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 Caminhar, pensar, imaginar... Três palavras tem um poder devastador sim! É que quando você se imagina com uma aliança no dedo você não quer se imaginar infeliz, mas eu imaginei, me imaginei muito infeliz. Comecei a lembrar de tudo que começou e nunca terminou e ainda mais de tudo que nem começou, ou de tudo que só terminou. Uma vida cheia de casos eu vou carregar (isso me deu vontade de escrever uma música daquelas bem bregas onde você cospe a sua vida).
  E lá estou eu a olhar a mão esquerda e ver uma aliança que não existe. Estou a imaginar um casamento defeituoso, cheio de palavras confusas, conversas confusas, atitudes confusas, brigas confusas, e um "eu" que nem sabe por que se casou. Estou imaginando o pior baseado em...? Nada. Não estou me baseando em nada, e daí ressurge das cinzas os meus encontros defeituosos como o meu casamento que não existe. Eu só vejo os defeitos.
 Os meus casos passageiros são tão marcantes quanto as suas histórias de ex-namorados. São marcantes porque eu faço questão de marcar o gado que vocês insatisfeitos com as dúvidas nomearam de sentimentos. Sentimentos, o que é isso mesmo? Prefiro continuar a me dedicar à pecuária. E o gado, marcado no meu couro, reflete essa minha imaginação perigosa, minha aflição e afeição por tudo que vai dar errado.
 Confusões à parte é melhor concluir o meu pensamento louco, minhas lembranças fúteis e a minha imaginação devastadora dizendo que eu não sei que fim se deu à minha aliança imaginária, já que as lembranças foram mais fortes e fizeram com que eu me esquecesse de imaginar. Somos todos assim, o real nem sempre é mais forte que o ideal, mas nesse caso, nem um, nem outro.

Conclusão: Só escreve mesmo quem já desistiu de viver.
7 de novembro de 2011

Um ano se passou...

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Um ano faz toda a diferença. Eu não imaginava que ia estar assim. Há um ano eu não imaginava que uma pessoa que eu jurava levar pela vida toda seria agora mais um desconhecido do que outra coisa, e que alguém que eu achava que nunca saberia que eu existia, seria conversa frequente. Algumas coisas, e algumas pessoas que eu prometi amar, foram para longe, hoje eu já não as consigo tocar.
Seth Cohen* tem toda razão, há um ano eu não imaginava que Marissa estaria tão solitária, já eu, era fácil imaginar. Uma pessoa que tem tendência a neurose e a solidão, não sabe se imaginar ao redor das pessoas por um longo tempo. Uma pessoa neurótica como o Seth não sabe se imaginar feliz, e eu também não sei, e uma pessoa com tantos problemas e uma família totalmente desarranjada não pode querer ser feliz, né Marissa?
Algumas vezes concluimos que a nossa felicidade e o bem estar só dependem de nós mesmos, e é verdade, mas ver os problemas dentro da nossa casa - e ser o problema - afetam a nossa maneira de ver os relacionamentos também, e talvez seja mais fácil, é mais fácil não se engajar em relacionamentos mais sérios. Não é medo, é realmente egoismo, eu não quero me gastar. E ser egoísta pode ser solução para muitas coisas.
Os relacionamentos assim como na televisão não são perfeitos, são cheios de defeitos e de incertezas, isso porque são entre pessoas e pessoas não são perfeitas, e assim como na televisão os relacionamentos acabam, os laços se rompem e promessas passam a ser pouco ou quase nada. As pessoas que vamos levar para a vida toda não existem, mas algumas passam boa parte da vida com você, e isso já é suficiente.

*Talvez eu esteja revendo as temporadas de The O.C.
17 de outubro de 2011

A tragédia do começo

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O começo é sempre dramático. É sobre tragédia, dor, cansaço, morte. O começo é cheio de esperança e cheio de apelo pelo fim. O começo é o desespero dos que começaram. No começo tudo dói, tudo é difícil e complicado. O começo é a parte onde tudo é cansativo, mas nunca se cansa. Nunca cansa de começar. O fim é duro, pobre, ruim mesmo, e ainda assim começa de novo, o novo fim.
Começar é ter esperança, sempre. As vezes é tolo, mas começamos porque ainda queremos tentar algo novo, ou não. Ou não. É melhor ficar repetindo do que continuar.
O começo é sempre trágico. E você se mata quando decide começar. Eu começo, tu começavas, ele começou, nós começáramos, vós começarias, e eles começarão. É sempre assim. Se você não começa é porque está terminando. A busca pelo novo começo, que pode ou não ser um recomeço, é sempre como uma nova aventura. Tem o outro e tem você, e tem você querendo o outro, e o outro as vezes te querendo também. Tem você se derretendo, e tem a outra parte intacta, ou tem os dois se derretendo.
O começo nem sempre é puro, nem sempre é amor, nem sempre é alguma coisa, as vezes de tanto não ser, se torna. O começo nem sempre é bom, nem sempre é só seu, nem sempre é seu. O começo nem sempre é começo, já pode começar acabando. O começo pode ser bem  gostoso, ou ser calmo, ou ser violento, ou assustador, ou fantástico. Começo pode ser surpresa, se você escolher assim. O começo é sempre de luta.
O inusitado é eu estar começando. Divido a minha esperança por um ótimo começo.


Please don't ask me where
Where you think I've been
I've been a lot of places

But this could be my win 


- Meet me at the corner; Red Hot Chili Peppers
28 de setembro de 2011

Exagerado, jogado aos seus pés

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E eu saberia ser tão feliz e eu choraria a minha felicidade, porque tudo ainda teria aquele encanto que sabia me deixar exagerada. E como eu sei ser exagerada, exagerar é sinônimo de respirar para mim. E eu seria meiga, e doce, e deixaria qualquer amargura de lado para viver ao lado de um prato cheio de notas, palavras e intensas melodias. Eu me anotaria em você, me escreveria tão fundo, me lançaria tão dentro que seria impossível me arrancar, expulsar, ou até mesmo me ignorar. Minha presença doeria, cansaria e irritaria a sua pele, suas teses, seu lance, seus romances. Eu atrapalharia e afastaria qualquer mal que te quisesse atingir, a menos que o mal fosse eu, eu sei fazer mal a quem quero bem, eu sei.
E eu viveria como se não quisesse mais nada, só aquelas coisas que nós dois queremos, aquelas mil coisas, e entenderia que não poderia passar todo tempo te querendo, mas que poderia passar todo o tempo dentro de você, em algum lugar esperando a minha hora, o meu tempinho. Eu seria a sobra, o resto e estaria de barriga cheia, porque eu saberia ser tão feliz, dessa vez eu saberia, dessa vez, porque todo o mundo já perdeu a primeira chance não é?
E eu quebraria a cara da moral, quebraria a cara da caretice, quebraria a cara da dor, do ciúme, da inveja e da fofoca. Eu quebraria a cara dos olhos que me olhassem mal, eu quebraria a cara de quem não gostasse de me ver, eu quebraria a cara, o bico, o nariz, de quem achasse minhas atitudes, minha postura, minhas roupas, vulgar. Eu quebraria tudo.
E eu seria eternamente invadida por coisas quentes e confusas, e boas e tudo seria bem mais encantador do que tudo que já foi. E você me entenderia, sorriria e me beijaria naquele cantinho escuro e assustador que você encontrou em mim, e seria bom.

Exagerei?

Aposto que sim, mas apostar é coisa que não faço, e seria imperdoável quebrar alguma das minhas regras. Sou cheia delas. As pessoas em geral são cheias de regras. E eis uma delas aqui: Como estou começando a escrever aquele livro que apareceu naquele sonho e como venho estudando e não tendo tempo para mais nada, não estou conseguindo escrever mais nada, parece bloqueio, e agora vou agir como bloqueada.

... eu sou mesmo exagerado, adoro um amor inventado!

11 de setembro de 2011

Vocação

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Pode ser que eu sonhe demais e que já tenha passado da hora de acordar. É, eu posso já estar atrasada para a droga de vida que está destinada a mim. Mas eu não quero ser uma pessoa frustrada, não quero chorar por não ter tentado algo que pudesse me fazer feliz. Talvez eu nem seja feliz, mas eu vou estar tentando.
Todos nós queremos ser algo mais, a menos que você queira ficar sentado fazendo nada, sendo nada, e conhecendo nada. Eu só quero ser! Eu sei, os meus absurdos podem influenciar outras pessoas a serem tão absurdas quanto eu, eu sei, mas minhas frases ainda não são tão poderosas e muitas vezes os absurdos são absurdos até mesmo se aplicados a minha vida.
Eu vou tentar, as pessoas tentam porque elas querem conquistar, talvez só mais um conceito do que não ser, mas, se você não conhece o mundo inexplicável lá fora, se você congela e deixa pra depois, o depois fica longe demais, chega a ser mais do que distante e se torna impossível.
As nossas chances podem ser pequenas e podemos fazer tudo errado, mas o momento conversando na calçada com meus antigos colegas de classe da oitava série me fizeram lembrar que lá, em 2007, eu também era um pouco perdida de mim, e achei que fosse me achar, e não achei por completo, ainda estou procurando, porém, o CEFET me fez um pouco. Eu não seria isso sem ele, sem eles, sem elas, sem todos. Eu posso não estar aqui, e talvez daqui há bem pouco tempo eu me perca em outros lugares, mas eu vou me buscar, porque eu sei que um dia eu vou achar algo ou alguém que me seja mais do que eu sou.

Cindy e Jordy foi incrível encontrar vocês dois hoje, incrível!

"(...) liga o rádio a pilha, a tv, só pra você escutar a nova música que eu fiz agora, lá fora a rua vazia chora. (...) pus nos olhos vidros pra poder melhor te enxergar (...) que a nossa música eu fiz agora, lá fora a Lua irradia a glória, e eu te chamo, eu te peço: vem! Diga que você me quer porque eu te quero também." - Luz dos olhos



5 de setembro de 2011

Sobre linhas tortas

. meia colorida - Amanda Machado

Bem, nos últimos dias não estou sentindo vontade alguma de escrever no blog, na verdade, de escrever qualquer coisa que não seja um poema, mas como a timidez ainda me vence e não consigo postar meus 'lixos' aqui, estou eu seguindo um velho conselho me dado por um padre, na verdade, um conselho um pouco modificado, já que ele me disse que quando eu não sentisse vontade de ir a missa, ou de rezar, ai sim, que eu deveria ir e rezar, então já que não estou sentindo vontade de escrever, o estou fazendo.
Essa semana me senti bem e restaurada, o fim de semana foi de novidades e vontades, e qualquer coisa¹, eu mudei mesmo. Mudei porque agora vou deixar as linhas ficarem tortas e vou esquecer a régua, talvez eu comece a escrever direto à caneta e deixe minha vida acontecer um pouco usando ou não um corretivo. É que, eu mudei mesmo, eu não sinto mais o que eu sentia, eu sinto dó, indiferença, e carinho, e isso me faz diferente, já que eu não conseguia sentir os dois primeiros sentimentos, e vamos combinar que eu tenho estado muito mais feliz.
E eu venho sonhando, claro que sonho coisas que não vão acontecer, pelo menos não nos próximos dez anos, mas sonho e isso também já me faz diferente, e estou frequentando lugares que eu não frequentaria antes, e que ainda me dói um pouco permanecer, mas vamos lá, eu consigo.Tenho pronunciado mais as frases "Eu não tenho medo de nada." e "Eu sou adulta." e agora acredito mesmo nas duas. Por quê? Devido as minhas ultimas atitudes. Eu estou desejando e isso já me faz crer.
Digamos que eu sou uma Factory of Faith², e só o que eu faço é acreditar, e venho acreditando que posso ser o que eu sou mas um pouquinho diferente.

Tenho um plano. Ele tem a ver com a maturidade e com o fato de que devo me transformar em um "garota-geladeira". Trecho do livro Ok, estou usando calcinhas gigantes de Louise Rennison


¹ ... Qualquer coisa a gente muda/ Espetáculo de dança de João Saldanha com Angel Vianna e Maria Alice Poppe ao qual eu fui. Parabéns, foi uma apresentação incrível!
² Música do CD novo do Red Hot Chili Peppers, I'm with you, música maravilhosa!
17 de agosto de 2011

Indagações profundas

. meia colorida - Amanda Machado

E quando é que você nota que faltam os dedos e depois as mãos? Quando é que se nota que se perdeu tudo o que um dia você sonhou em ter? Quando é que notamos que até os sonhos estão perdidos?

Quando podemos admitir que nos perdemos também, que nós fomos embora com eles e que o que está aqui é a capa vazia?

Quando podemos assumir que fomos? Que nos largamos? Que deixamos o toco apenas para ter algo para se lamentar? Por que é tão difícil entender mesmo quando se entende? Quando você conseguirá dizer que deixou pra lá? Quando vai passar? Quando?

E por que ainda conseguimos ter essa visão otimista de que se foram as mãos, mas ficaram as pernas, os braços, o tronco e tudo o mais? Por que mesmo de tudo perdido ainda nos oferecemos para sermos mutilados novamente? Por que doer ainda é bom?

Por que eu ainda quero sentir tanta dor se o meu corpo nem aguenta mais a que eu estou sentindo? Por que ainda confio, acredito e espero? Para quê esperar? Por que não abandonar? Por que não desistir? Por que não cansar?

Qual é o motivo? Qual é o segredo? Onde está escondido? Está? Qual é o lugar? Onde eu posso ficar? Como eu posso ficar? Eu vou ficar? Vamos ser, estar, ou correr? Vamos fugir? Eu fugiria assim tão facilmente? Será que sei desistir? Será que eu sei me deixar desistir?


Se eu quiser me convencer, tudo pode ser então, um bom motivo pra eu desistir. Se eu tiver que te dizer, tudo pode ser em vão, tudo que eu já sofri. Já tentei esquecer, fingir que vai mudar, que com o tempo vai passar, mas é sempre igual, ninguém pode saber o quanto eu penso e sinto por você. Mas é sempre assim, tenho medo de dizer que sem você aqui os meus dias são sempre iguais. Eu só penso em você.
Mesmo se quiser tentar você nunca vai entender porque tantas vezes eu chorei, mas se eu puder sonhar com um dia perfeito pra mim, vai ser tudo como imaginei. Já tentei esquecer, fingir que vai mudar, que com o tempo vai passar. Não consigo me enganar, mas é sempre igual, tenho medo de dizer, mas é sempre igual, tenho medo de dizer. - Luiza Possi

14 de agosto de 2011

O que é ser pai?

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(Texto escrito em 2008 com referências à minha história com meu pai e à história de outras pessoas que conheci.)


 Quando penso em Pai, penso no meu, e em todos os homens que já conheci, e até mesmo os que não conheci, mas que terão a bênção de um dia serem pais. Bate uma tristeza, pois como definir o que é pai se nunca poderei ser um, essa dádiva nunca fará parte da minha realidade. Já que é assim e nada posso fazer para mudar isso, minha admiração por estes seres que dedicam muito de suas vidas aos filhos, aumenta, e, é impossível falar em admiração sem falar do "meu pai". E para o meu pai não haveria encargo melhor do que ser: PAI. Melhor, sim, ele é o melhor pai do mundo e não tenho vergonha alguma de usar esta frase que tanto já foi repetida por pessoas sem criatividade e com intenção de emocionar, meu caso é diferente, não quero que essa emoção seja fácil e curta, e sim, duradoura, e vou dizer mais do que eu acho que é ser pai, vou dizer o que é ser meu pai.
 Ser pai é chegar tarde do trabalho que não aguenta mais, porém não pode abandonar, e mesmo cansado, a primeira coisa a se fazer é dar um longo abraço ou talvez, um beijo na testa da criaturinha que já dorme. Ser pai, é abdicar dos sonhos da juventude de ir morar na Ásia e pensar em comprar uma casa com um quintal maior, para talvez ter um balanço. Ser pai é deixar de fumar, para ter o dinheiro para comprar as fraldas.
 Ser pai é trocar o futebol de domingo e ser o namorado da Barbie, a boneca da filha. Ser pai é ensinar a filha a dançar as suas antigas danças e passos durante aquela festa de casamento especial. Ser pai é ver em seu bebezinho um parceiro para o futuro. Ser pai é guardar os brigadeiros no copinho e resistir às guloseimas, enquanto o tesouro brinca no pula-pula. Ser pai é comprar o uniforme do clube do coração, mesmo que para a filhinha, só para que ela abra um sorrisão.
 Ser pai é ir ao cinema e ver filmes infantis. Ser pai é ter que sempre que sai sozinho com a princesinha, pedir a ajuda a uma senhora, pois há o problema do banheiro. Ser pai é morrer de ciúme quando a menininha começa a ver outros, senão o pai. Ser pai é dividir o sorvete, o chocolate, a jujuba. Ser pai é não resistir aquele biquinho tentador e trocar o "não" pelo "sim". Ser pai é guardar aquele desenho horroroso que a filhinha fez quando tinha três anos, onde os braços e cabeça do "pai" são azuis. Ser pai é ser apaixonado pelo desenho da Pequena Sereia, só porque já viu milhões de vezes a mesma coisa.
 Ser pai, é se emocionar ao ver a filha escrever um poeminha onde amor, rima com flor. Ser pai é ajudar a mamãe a dizer de onde os bebês vêm. Ser pai é se contrariar ao ver a filha que acaba de sair das fraldas, como ele pensa, e ir para o shopping com o namorado. Ser pai é odiar que as filhas cortem o cabelo, mesmo elas adorando, e sempre guardando as madeixas na gaveta. Ser pai é gastar muito com uma bota que sabe que a filha não vai usar. Ser pai é envergonhar a filha na frente dos amigos e amigas, se fazendo de mais jovem. Ser pai é fazer loucuras pra realizar o sonho da filha, mesmo ele não achando o melhor. Ser pai é apoiar a menina grandinha que decidiu seguir caminhos difíceis até se formar. Ser pai é repetir dezenas de vezes a mesma coisa e ela nem dar atenção.
 Ser pai é ter muitas fotos 3x4 na carteira da menininha que ainda o faz suspirar, mesmo ela não sendo mais uma menininha e ter que aturar homens a olhando. Ser pai é ficar inseguro com a demora da chegada daquela festa. Ser pai é jogar limpo e falar sempre a verdade por mais que seja difícil. Ser pai é amenizar os problemas com aquelas palhaçadas repetidas. Ser pai é comprar um tênis que usava na sua adolescência só para combinar com a filha, que ele notou que não o nota mais. Ser pai é deixar a filha o maquiar e fazer penteados nele, para deixá-la feliz. Ser pai é defender a pequena de até uma pedra que a incomoda. Ser pai é notar que a filha cresceu e deixá-la partir a novos horizontes.
  Ser pai é comprar umas cervejinha e comemorar a nova casa da filha. Ser pai é aturar aquele genro chato que torce por outro clube de futebol porque a filha está encantada pelo bobinho. Ser pai é consolar a filha quando o bobinho a troca por outra. Ser pai é ajudar financeiramente escondido da filha, para ela não se sentir mal. Ser pai é investigar a vida do homem com o qual ela enfim disse que pretende se casar. Ser pai é aceitar que a ficha do cara "certo" é limpa. Ser pai é usar terno e entrar com a filha na igreja. Ser pai é rezar pra que a filha desista antes do sim. Ser pai é rezar para que depois do "sim" ele a torne feliz.
 Ser pai é dar conselhos a filha naquele grande negócio, mesmo não sabendo nada sobre o assunto, e acabar ajudando. Ser pai é festejar o nascimento do primeiro neto, enfim o homem da família. Ser pai é ser avô e um ótimo avô. Ser pai é ser o velhinho que ensina matemática e história para os filhos da filha, já que ela está tão ocupada com os preparativos do natal, e não pode ajudar os filhos na recuperação. Ser pai é ver os filhos crescerem e se tornarem avós, e então ser um bisavô.
 Enfim, ser pai é acima de tudo, ser a pessoa que instrui sem atrapalhar, que mima sem desrespeitar, que cria sem maltratar, e que verdadeiramente assume o papel perfeito de ser pai, e, um bom pai. Para que um dia, no fim da vida, possa pensar que fez o melhor para os seus filhos, e que tudo de bom que ele teve antes dos filhos era nada, se comparado, pensar que o maior tesouro ele deixou com o filho, o caráter.

        Para ser um bom pai, não é necessário rios de dinheiro, é necessário excesso de amor, carinho e dedicação. Sem isso, não há tesouro. Sem tesouro, não podemos designar ninguém de: PAI.

Feliz dia dos pais!
8 de agosto de 2011

Digo logo que passou

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                                                                                  Foto do FázFácil

Como tudo que passa, essa passou rápido. Só valeram algumas lágrimas, bem poucas se contadas e comparadas, e um pouco de inspiração para variar. Como tudo que vai, foi, sem que eu notasse e quando tive que encarar de frente notei força sobrando, talvez força demais desperdiçada com algo tão pequeno.
É que, quando notamos que exageramos a dose, já passou, nós já caímos, já sentimos as dores e já nos curamos. É o dom das pessoas que gostam de sofrer. Vale sofrer se é para sentir algo, é mais digno sentir dor do que passar os dias não sentindo nada. Mas até o "alguma coisa" passa rápido e nos deixa abertos novamente para o esperado.
Depois de meses de miséria e tortura, eu cheguei ao ponto onde as cicatrizes nem aparecem mais, onde é fácil ver a luz lá fora e dizer que está tudo bem. Está. Agora o que me sobra é a insegurança que sempre me acompanhou, e o medo que vem andando junto com os que não sabem como fazer. Sobra aquelas perguntas e aquelas suas próprias respostas, sobram as perguntas das outras pessoas, e aquela falta de respirar, aquele sufoco que cansa e não te deixa descansar, mas eu já estou tão leve.
Pode ser até que eu perca, o que pelo jeito é fácil de acontecer, mas eu não vou perder perdendo. Afinal, quem perde - quando é algo relacionado a mim - é sempre o outro.
Fica, bebe mais um pouco e começa a ignorar a dor dos que são infinitamente felizes. Quebra a droga do espelho.


"Só escrevo sobre coisas que aconteceram comigo. Coisas que eu não consigo superar. As minhas letras são muito pessoais e intensas, mas nelas também há lugar para o humor. Felizmente sou muito autodestrutiva" - Amy Winehouse

27 de julho de 2011

E eu vou com esse...

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                                         Foto do Globo

Às vezes nos deixamos perder no meio de uma multidão de conhecidos desconhecidos e ficamos a olhar e admirar. Ficamos estáticos porque é tão mais bonito olhar e entender do que explicar, e eu sei, que caso eu precise ser resgatada da multidão onde me encontro haverá um ser a me salvar. Eu sei que se eu quiser me levantar, gritar e explicar o que eles não sabem que são, haverá alguém para me ouvir.
Constantemente nos deixamos flutuar nas situações, vivenciando o que se pensa e não o que acontence, mas eu estou vivendo tão bem assim, fora da realidade, eu tenho ficado tão calma, então... Por que viver de verdade?
Vamos festejar um eterno carnaval de emoções, um eterno encontro de gente, vamos ser mais gente, minha gente!

"É com esse que eu vou sambar até cair no chão. É com esse que eu vou desabafar na multidão, se ninguém se animar eu vou quebrar meu tamborim, mas se a turma gostar vai ser pra mim." - Pedro Caetano


22 de julho de 2011

Eu pisquei primeiro

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Enquanto você se distrai, eu me corrôo. Corrôo-me de medo, de angústia, de vontade, de susto, ou de tanto suspirar. Enquanto para você a resolução é fácil, eu vivo complicando cada resposta e cada pergunta. Enquanto você está ai, eu estou aqui, e, enquanto eu estou ai, você some. Vivemos nos perdendo um do outro, exceto em meus pensamentos. Isso é outra coisa, enquanto eu penso, você voa, compra, beija, abraça, come, dorme, soluça, ou seja, não pensa. E eu só faço isso. E, talvez esse seja o nosso problema, não decidimos o que cada um iria fazer, e continuamos na sorte, marcando pontos nessa disputa só nossa. Só nossa já é uma coisa que não existe conosco, não é nosso, meu e seu, nunca, é sempre só meu, ou meu, seu, e de mais alguém. Eu e você não existimos para mim, e para você. Talvez seja o egoísmo.

Espera! Eu sou egoísta, você não. Você pensa todo o tempo em me agradar, é capaz de correr na chuva para que não me doa, é capaz de me carregar para que não me doa, é capaz de levar a colher a minha boca, é capaz de dizer por mim para que eu não me envergonhe, então, talvez eu exista para você, eu existo, eu sei, eu só não sei aceitar que existo e fazer disso uma conquista nossa, ou só sua, já que eu demoro a sentir que as coisas existem mesmo. Complico demais o que devia ser tão fácil, já que é o que você quer e o que eu quero, certamente, não posso dizer que é o que você quer mesmo, mas prefiro pensar assim e sonhar assim. Também prefiro não questionar se o passado pode ter algo a valer no agora, já que eu já me permiti te negar. Uma negação injusta tanto para você, quanto para mim, que por ser tão sem jeito e tão desconfiada, não consegui admitir ser verdadeiro.

Esperamos, todos, os humanos, que as coisas sejam boas mesmo quando são diferentes de nossos planos, e você sabe bem que eu sei planejar. Mas, meus planos e digamos, meus “quereres”, já se alteraram outras vezes, como você também sabe, eu mudo de ideia, de vontade, de profissão, eu mudo. Mudo porque me procuro, eu não mudo por querer ser duas em uma, mudo porque não sou eu, e tento me achar no meio de uma multidão de sensações inconsequentes que me pegam uma vez ou outra.

Minhas escolhas podem parecer super pensadas, corretas, e invariáveis, posso parecer rígida e racional, mas, como é? Eu não posso ser assim, eu sou a louca que pensa demais, mas decide o errado, eu sou a louca que é considerada muito inteligente, mas que não consegue manter nada, eu sou a louca que tem coração mole e só se faz de fria e dura. Eu posso ser muito louca, mas quando me decido, enfrento tudo o que tiver que enfrentar e bem que podíamos nos encaminhar para que uma decisão chegue daqui a não muito tempo. Não ache que agora eu sou a louca apaixonada, não, agora eu sou a louca interessada e que pode um dia vir a ser a apaixonada, isso só depende de como será o fim do nosso jogo, e eu tenho ótimas táticas para vencer, não é?

"Ela me encontrou, eu tava por aí num estado emocional tão ruim, me sentindo muito mal. Perdido, sozinho, errando de bar em bar, procurando não achar. Ela demonstrou tanto prazer em estar em minha companhia, eu experimentei uma sensação que até então não conhecia, de se querer bem, de se querer quem se tem. Ela me faz tão bem, ela me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por ela. Ela me faz tão bem, ela me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por ela." - Lulu Santos
21 de julho de 2011

E o tempo passa

. meia colorida - Amanda Machado

Ontem eu senti uma vontade de sentar na calçada, de ficar olhando o tempo passar, o vento passar, o sol passar. Lembrei dos tempos que não são tão velhos assim, onde eu ficava sentada em um banco azul, olhando o chão azul-turquesa, e rezando para não dar duas e meia da tarde, quando me levantaria e caminharia para aula, dá saudade ficar fazendo nada com os meus amigos enquanto a aula não começava, e até mesmo quando estava tendo aula.
Dá saudade ver o tempo, sentir que ele está passando. Hoje, passo o dia em uma sala, e para mim, está claro o dia todo, mesmo quando já se é oito horas da noite, eu sei, loucura, mas é assim mesmo, com a vida corrida que todo mundo leva, só dá tempo de olhar para o céu quando... Na verdade, não dá tempo. São mil coisas para se fazer ao mesmo tempo, e o céu vai ficando para depois, para quando você tiver tempo para essas bobices, como diria meu avô. Não que meu avô não olhe o céu, creio que ele olha muito mais que eu, já que vive no interior de Minas e não vive essa correria de quem não quer viver, e sim correr a vida.
E, poder esperar as coisas acontecerem, é hoje, privilégio das crianças, que vivem correndo da vida, e vivendo na cabeça, que é mais emocionante. E, eu aqui, eterna criança, vivo correndo da vida que vive me perseguindo, e enquanto corro, vivo, que é o inevitável, mas, ainda tenho fé e acredito que é possível trabalhar, descansar, se apaixonar, dançar, se divertir, e ainda assim ter um tempinho para olhar as nuvens, sentir o vento e ver o tempo passar, mesmo que seja por pouco tempo, ainda é possível.
Esse é para quem estuda, trabalha, faz curso disso e daquilo, dorme, almoça com a família, faz ballet, vai à Igreja, faz parte de uma pastoral, vai a boate, a festas, a churrascos, pega ônibus, trem, metrô, beija, abraça, acompanha 20 séries diferentes, dá aula, conversa, fala ao telefone, e ainda assim quer ter tempo para ver a vida passar.
13 de julho de 2011

Rock 'n roll!

. meia colorida - Amanda Machado


Vamos celebrar o dia do melhor da música!



"Foxy, Foxy
You know you are a cute little heart breaker
Foxy, yeah,
And you know you are a sweet little lover maker
Foxy

I wanna take you home,haha, yeah
I won't do you no harm
You've got to be all mine, all mine
ooh Foxy Lady
Foxy, Foxy

Now-a I see you come down on the scene
oh Foxy
You make me wanna get up and-a scream
Foxy, oh baby listen now
I've made up my mind,
I'm tired of wasting all my precious time
You've got to be all mine, all mine

Ooh, Foxy Lady
Ooh, Foxy Lady, yeah yeah
You look so good, Foxy
oh yeah Foxy
yeah, give us some, Foxy
Foxy Lady
Foxy Lady
Foxy Lady"
Jimi Hendrix 



12 de julho de 2011

Cartinhas

                                   Foto do Paper and Company
. meia colorida - Amanda Machado

Eu sou muito bobinha. Não fico me sentindo mais boba por admitir tal fraqueza. Eu me entrego tanto em tudo que escrevo, que quando alguém me escreve algo eu fico imaginando a outra pessoa se entregando e acredito em tudo que vejo escrito. Eu sou altamente sensível em relação a manuscritos. Se me escrevem uma carta, bilhete, mera frase, eu caio no buraco que montaram para mim. Caio! E eu não estou reclamando, eu sou feliz por cair, e quero continuar caindo toda e eterna vez que alguém me escrever algo, porque eu sou o tipo de pessoa que liga para essas coisas. Eu só escrevo o que não consigo dizer, e só digo quando é impossível escrever, o que é escrito você guarda, você mostra e relembra, o que se é dito é facilmente esquecido, alterado e inflamável. Eu acredito porque tudo que escrevo é de verdade, é para se levar a realidade.

Eu sou boba, bobinha, mas vou continuar mantendo a minha postura, não vou confiar se desconfio. Sou desconfiada.

“Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca." - Clarice Lispector
5 de julho de 2011

Sorrio por você

. meia colorida - Amanda Machado


O cabelo dela quando vai ao rosto, e as mãos quando os colocam para trás das orelhas. O sorriso tonto, e o ziguezear das pernas. O jeito que ela coloca um pé atrás da parte de trás do joelho e o fato de ela falar rouco. O corpo dela que exala notas musicais, e o seu violão que samba sobre o abdômen. Os olhos que colorem o céu, a boca que me grita sobre um véu, o nariz, as maçãs-bochechas rosas como o vestido que a veste. O correr nas ruas tortuosas, o abrir o portão enquanto eu a olho. Eu a amo, intensamente, amo. Eu te chamo, eu te canto, eu me vendo, mas vem você, aqui, comigo. Moça, de tornozelos pequenos, brincos prateados que imitam o brilho da Lua, menina, de meias até a canela, de sombra lilás até a janela, e de bola sobre os pés. Garota minha, meu pão, meu porto. Se eu pudesse, te declarava no imposto, como minha, possuída. E eu te quero garota, os seus cabelos, cordas vivas, o brilho das suas coxas, tão brancas, quero o cintilar do teu sorriso, minha moça, só minha. Passeia por aqui, fala comigo, me toca, me seduz, vem me deduzir! E gritarei, para quem quiser ouvir, que eu sorrio.
4 de julho de 2011

Se deixar perder é...

                                    Foto do Photographies
. meia colorida - Amanda Machado

Eu realmente já me perdi em muitos lugares, já me joguei por estradas que mal conhecia mas fingia conhecer. Já li a palma de minha própria mão e não vi nada a não ser uma linha me levando para frente, sempre para frente. Eu realmente já me perdi, porque achar vem sendo cada dia mais difícil e a loucura de perder me deixa acordada para o que pode vir a acontecer. O futuro é o que tem me deixado em alerta, afinal, cansa temer tudo o que pode se repetir. Eu não quero ter medo de que as coisas se repitam, mesmo que sejam elas tão ruins como as que aconteceram antes, ou piores. Porque dói ter medo e eu estou cansada de dor, vou deixar meu peito aberto e enfrentar o frio de ser corajosa. A solidão da coragem.

Solidão? Frio? Inverno.



"eu tava só, sozinho, mais solitário que um paulistano..." - Zeca Baleiro
1 de julho de 2011

Lar, meu doce lar

. meia colorida - Amanda Machado


Eu vou sentir muito se eu não conseguir preencher todas as suas expectativas em relação a mim. Eu vou sentir muito por ser cheia de dúvidas, por ter tanto medo e por ser tão insegura. Eu vou sentir muito por não te dar tanto carinho quanto precisa e por não estar sempre ao seu lado. Eu vou sentir porque eu tenho os meus momentos onde quero ficar longe de todo mundo, onde não quero ver gente, onde quero ser só eu e eu. Eu já estou sentindo muito agora. E eu sinto, porque eu sei que vou fazer de você meu lar, vou sentir o meu lar quando te tocar e você  não vai ter em mim o seu lar. Eu sinto muito por fazer do meu eu um ser tão egoísta, ciumento e desconfiado. Vai, me deixar sentir!

Eu vou sentir muito, mas vou continuar sentindo, e não ache você que não vou te amar, que eu não vou querer te cuidar e te acalentar, eu vou querer, mas eu vou sentir tanto que vou achar melhor me proteger. E eu me protejo bem, querido. Eu me protejo tanto que existem épocas que as pessoas nem me acham de tanto que me escondo, e eu sinto muito por ter que me esconder de você já que eu queria tanto que só você me visse.

Eu sinto muito por ser quem eu sou, mas se eu não fosse eu e não sentisse muito o tempo todo, você não poderia ser o meu você e eu sentiria muito ainda mais.

Para ouvir: Amor pra recomeçar - Barão Vermelho
13 de junho de 2011

Entre gritos e beijos

. meia colorida - Amanda Machado

Essa semana me disseram uma frase que me fez ficar com cara de: ignoro sua teoria. Depois de dois minutos, lá estava eu sendo absorvida pela teoria e absorvendo as minhas reações a absorção.

"Onde tem amor, tem briga."

Parece tolo e insensato concordar com tal afirmação, mas depois de uma grande análise de espírito e das estatísticas, me decidi. Concordo! Concordo porque é inutil não concordar, seria só por teimosia. Realmente, não tem como amar o outro, com suas imperfeições (mesmo que pareçam perfeitas ao olhos dos apaixonados), suas manias, pensamentos e teorias, que nunca são iguais as nossas, sem discordar. Discordar é viver. Se concordamos com tudo, desprezamos o fato de que temos um cérebro só nosso e passamos a substituí-lo pelo de outra pessoa, isso não é vida. Se você ama, você vai discordar, porque você vai conviver com alguém diferente de você, e logo, vai discordar. Não dá para comer jiló apenas pelo fato de que alguém que você gosta, gosta.
O amor pode nos tirar o rumo, pode nos tirar do caminho, pode fazer malabarismo com nossos corpos, mas não pode arrancar nossos ideais de nossos peitos, logo, por discordância, haverá brigas. E muitas, é melhor nem contar! Mas, se você amar, se quiser estar, se aprender a perdoar, a ignorar, e a fingir que os comentários que te atingem, não atingem, pronto, você está preparado para amar o outro.
Brigar é bom, quando é saudável e por um motivo real. Monstros imaginários que nos acompanham desde que tinhamos cinco anos não pode causar uma briga depois que você já convive com ele há vinte anos. E, se você já conhece tanto o monstro do outro quanto conhece o outro, isso também não pode ser causa de briga, afinal, você escolheu o monstro também. É escolha!
Discutir é totalmente compreensível, se você compreende que é só para expor e não para mudar as ideias do outro. O outro não pode mudar, você o amou assim, se muda demais, o amor muda também... e pronto, vocês vão ter vinte e cinco anos de casados, umas cem brigas no currículo, contudo, aquela pessoa que está ali depois de vinte e cinco anos, não é a mesma com quem você se casou, então, o casamento sequer deveria ter valor quando isso é constatado.

Eu brigo e amo, e isso é tão natural que se eu não brigasse, seria como se eu não amasse, e, não amar é tão irreal.
27 de maio de 2011

Minha Alice no país das 'invisíveis' Maravilhas

. meia colorida - Amanda Machado

 Desde que você surgiu a minha vida não foi a mesma. Eu passei a chorar muito mais, a sentir muito mais dor, a gritar, brigar e reclamar, ainda mais. Eu passei a rir muito mais, a amar mais, e a sentir muito mais orgulho. Eu aprendi o que é ter orgulho de alguém. Eu chorei ao ver você fazer um solo, eu chorei com as suas incríveis notas, eu choro porque você chora, ou porque você sente dor. Eu choro porque você se sente pior, me deixando pior mesmo.
 Com você eu aprendi a dividir, a emprestar e a odiar emprestar qualquer coisa. Com você eu aprendi a odiar certas coisas, e a te odiar uma vez ou outra, quando eu me canso de tanto te amar. Eu aprendi que é linda a sensação de ter alguém que te admira, e aprendi que a mesma maravilhosa sensação podia ser um pesadelo. Aprendi que não é tão bom assim ter alguém te observando e te copiando a todo tempo. Você deve ter aprendido que é horrível ter alguém, na sua visão, boa em tudo que faz, para ser comparada. Aprendi que pode ser ruim até mesmo ser comparada pelas minhas qualidades.
 Aprendi que seus olhos podem me seduzir, e que seus cabelos me enroscam em suas ciladas desde sempre. Aprendi que seus tapas doem mais que toda dor do Universo, porque vêm de você. Aprendi que te amar e conviver com você podia ser muito difícil, e é. Aprendi que eu posso ser boba, chorona, chata e melosa com você, e aprendi que posso até aturar alguém pendurado no meu pescoço 25 horas por dia, porque é a sua companhia.

Nunca se ache inferior, você é a minha luz. Nunca se veja pior, o que o espelho reflete é o que um dia eu chamei de desejo. Eu te desejei mesmo sem te conhecer e nada no mundo, o tão vasto mundo, pode te tirar isso. Eu te amei com todas as minhas forças e meus poucos cinco anos de vida, eu te amei um amor que ninguém vai poder te dar. Então não esqueça que você vale muito mais! Me perdoa por tudo que eu faço que possa te doer.

"Eu queria ver o escuro do mundo onde está tudo que você quer, pra me transformar no que te agrada, no que me faça ver quais são as cores e as coisas pra te prender. Eu tive um sonho ruim e acordei chorando, por isso eu te liguei. Será que você ainda pensa em mim? Será que você ainda pensa? Às vezes te odeio por quase um segundo, depois te amo mais. Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo que não me deixa em paz. Quais são as cores e as coisas pra te prender. Eu tive um sonho ruim e acordei chorando, por isso eu te liguei. Será que você ainda pensa em mim? Será que você ainda pensa?" - quase um segundo, Herbert Vianna





22 de maio de 2011

Pode ser que você seja livre

. meia colorida - Amanda Machado

    Visão do autor sobre o tema: Liberdade. Pintada em 1991 por Carlos Nava, está disponível no Arteblog.


  Pode ser que você se esqueça de coisas. Pode ser que você se esqueça do que gostava, do que achava e do que não suportava. Pode ser que você esqueça que mudou. E pode ser que se esqueça do que achava que tinha aprendido. Pode ser que você se esqueça de algumas pessoas, de muitas pessoas, ou de todas. 
  Pode ser que você se esqueça do quanto era bom, do quanto acreditava no seu futuro e do quanto acreditava que o outro era bom. Tudo bem. Pode ser que você se esqueça, quantas pessoas não esquecem? 
  Pode ser tudo novo, ou tudo mais ou menos. Pode ser que a corda bamba seja mais bamba do que parece e pode ser, por mais que bobo e insolente, que você não esqueça, de tudo, ou do nada. Até pode ser, que você viva a vida que não sonhou, mas que seja, apesar do impossível, melhor do que a que você planejou
  Pode ser que você se esgote e até se comprometa, e, pode ser que você não se canse de não se comprometer. Pode ser que você vacile, e eu até acredito nisso, mas vacilar combina bem com 'pode ser'. E nesse caso, pode ser que você desconfie, desvalorize e desminta, ou que talvez que se esqueça de confiar, valorizar e mentir.
  Pode ser que você finja, que imite e que seja egoísta. Pode ser que esqueça de que o amor e a caridade andam juntos, e que nada melhor do que se surpreender. Pode ser que você case, pode ser que tenha casa, não case e viva sozinho. Pode ser que você se mude, e esqueça que seu plano era viver para sempre naquela rua. Pode ser que você a esqueça, e pode ser que nem doa tanto. Ou pode ser que doa tanto, que você até prefira esquecer, pode ser.
  Pode ser que você não queira ser você, ou que queira mudar de sexo. Pode ser que mude de vontades, ou de hobbies, ou de vantagens. Pode ser que você prefira o outro, ou seja, tão bem resolvido que nem do outro precise. Pode ser que você dance, pode até ser que você voe, mas com certeza pode ser que você seja feliz.
  Pode ser, eu e o Mundo deixamos.

15 de maio de 2011

Ignore o Dr. Imperativo

. meia colorida - Amanda Machado

Caneta a mão, vamos brincar de palavras cruzadas.

                                                                              Imagem do filme Maluca Paixão

Como eu estava falando muito de amor - não é? - vou falar do que sinto quando não amo.
O céu está claro? Escuro? Tem cor? Só vejo a imensidão do nada. Eu vejo o nada que habita a alma de vocês. Eu vejo a minha alma. Quem não gostaria de conhecer a sua própria alma? Suas feridas, e as cicatrizes mal cicatrizadas. Sentir se é áspera, fina ou se é mole, sentir, só por sentir. Eu sinto as lágrimas que não insistem em cair e que caem, as mesmas que tem cor de dor, gosto de veneno e que são tão frias quanto o vazio pode ser.
Vive o vazio. Vive. Viva. Onde está a droga do vazio que se a gente não tem, faz falta? Fala com o vazio. Fala. Fale. Óh, falar, doce ilusão dos que sabem emitir sons. Falar não é se comunicar, porque nós não sabemos nos comunicar. Falar é fingir, e entender, é mais fingir ainda. E fingir? Fingir é falar, entender e mesmo assim não falar e não entender. Que contradição.
Que contradição a vida é. E o ser humano é. E mais ainda, eu sou.
Não dói dizer que eu sofro pelas dores que eu não tenho, que eu choro porque não sinto dor, e que me angustio ainda mais por querer sentir mais um pouco, mesmo que seja nada. E agora, eu não estou falando de amor. Eu estou falando de qualquer coisa que se pareça com nada, mas não seja nada, que seja alguma coisa. O vazio é bom, é pelo menos constante, mas, às vezes, estar ocupado e mal, ou bem ocupado, ou mais ainda ocupado, é tão melhor.
Não basta misturar as coisas, temos que fazer sopinha de letras da nossa vida. E engolir tudo, sem respirar, sem pestanejar, e sem se alegrar também, porque engolir e se alegrar ao mesmo tempo pode não ter um efeito muito bom. E basta, tudo basta.

Eu não sou ninguém para dar conselho, então, por que eu estou falando no imperativo?

É isso, desordem. Nada de ordem. Desordene-se.

E, ah, vai se f* também! Como vocês podem ver, falar de amor é muito menos doloroso e mais fácil de ler!

Isso tudo me lembrou ao filme Maluca Paixão, sobre uma criadora de palavras cruzadas, com título original de All about Steve, enfim, fica a dica.
10 de maio de 2011

Amor de dois

. meia colorida - Amanda Machado


E cismei com essa coisa de amor de dois.
Cisma, por cisma, cismei com esse
que de dois fica um,
esse um e um,
que um mais um, é um
e um menos um, é um.
Esse um que é dois, e não tem como ser cinco, três ou dez.
Só é,
dois e um, um e dois, e dois e um.
Esse amor que não deixa de ser dois
mesmo quando é um
e que é um sempre.
O amor de um que não é dois,
não é um,
nem meio é.
É zero.
O amor,
de dois que tem um, e de um que dá dois
é o mesmo,
de um que tem dois e de dois que dá um.
É linda a arte de dar sempre um
de ser sempre um mesmo quando se é dois.
E de ser dois mesmo quando se quer ser.
Um.
E esse zero que se instala em meu peito,
que ele possa,
ser um, um dia, Dois em Um.
1 de maio de 2011

Pela bobeira do amor

. meia colorida - Amanda Machado

"Ela se perguntou se algum dia jamais chegaria uma hora em sua vida em que não pensasse nele; em que não conversasse com ele em sua imaginação, em que não revivesse cada momento que tinham passado juntos, em que não desejaria ouvir sua voz, sentir suas mãos e seu amor. Ela jamais havia sonhado como seria amar tanto alguém; de todas as coisas que lhe haviam causado espanto em suas aventuras, essa era a que mais a espantava. Pensou na terna sensibilidade que deixava em seu coração que era como um machucado, uma dor que nunca iria embora, mas que ela manteria viva na memória com carinho para sempre."
                                                       - A luneta âmbar de Philip Pullman

E todas as oito vezes que reli esse trecho meus olhos ganharam vezes de chuva, e eu chorei, de dor, de angústia, de inveja e de solidariedade. Algo que estava acomodado dentro de mim, lá, bem no fundo do peito, se agitou, e não consegui mais controlar, disso, surgiu o texto.

Sim, eu sei que é um livro, e sim, isso me levou a formular uma nova tese.

Quando duas pessoas estão juntas não há garantias, mas as pessoas podem ver o outro e contar com o que sentem para imaginar o que o outro sente. As pessoas se conhecem, se interessam, se amam e vivem o resto da vida juntos. Piada. Existe amor, eu aceito, compreendo e sou capaz de ver que existe. Mas existe tantas outras coisas parecidas com isso, não é?
O amor é um sentimento único, frágil, e muito, muito, muito teórico. Porque na verdade, o amor, esse que eu descrevi no trecho acima é raro. Eu acredito, que esse tipo de amor só acontece uma vez na vida, e devido a isso essa inúmeras bobagens de almas gêmeas. Eu também acredito, que as pessoas podem nunca encontrar esse amor, é como um dom, e esse dom, não é dado por merecimento e sim por sorte, uma pena. Na verdade, também acredito que existem variáveis desse sentimento, uma pessoa pode amar uma outra que não a ama, esse não é o amor completo do qual eu estou falando, mas é amor, nós sofremos, dói tanto que as vezes parece impossível que passe, não passa, muda, se torna outra coisa, e disso eu sei bem, mas existe. Outras vezes, o casal é amigo, se gosta, se curte, e fica junto, ninguém ama o outro, mas é bom estar junto de alguém, então, por conveniência se leva. E, por isso, encontramos inúmeros casais por ai, onde um só ama, ou onde nenhum dos dois ama...
É. Se você encontrar esse amor ai, que eu não conheço, me apresente. Eu sei que é um dom, como eu disse, mas talvez só conhecer, como num trecho de livro, já seja bom.

"Procuro um amor que seja bom pra mim, vou procurar, eu vou até o fim, eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo quando começar a conhecer os meus segredos. Pode ser que eu a encontre..." - Frejat
                                                                                      

25 de abril de 2011

"Meu" amor em vão

. meia colorida - Amanda Machado

Eu adoraria ter minhas mãos sobre uma folha onde essa canção estivesse colada, eu adoraria ter esta canção, ser, que fosse minha.

"Céu azul e os dois pés na água, aonde o mar acaba
O frio, a tarde, a solidão
Duas mãos vão rasgando as cartas, lavando as mágoas
Assim é o amor em vão

Cada canção de amor abre a ferida
que não vê fim
Cada fração da dor,
agora é chuva, cai em mim
Mas tudo vai passar,
como tudo passará."
                                                                           - Herbert Vianna
21 de abril de 2011

Uma longa noite de amor

. meia colorida - Amanda Machado

Essa noite, como muitas outras que já se passou, você dormiu ao meu lado. Eu adormeci enquanto sorria e chorava sobre o seu braço. Eu passei longos minutos te olhando, sentindo seu calor, segurando a louca vontade de te beijar.
Essa noite eu dormi com você, e entre os seus cílios eu vi todos os meus antigos amores, que são tão novos no total, eu vi o quanto quis dormir ao lado deles, abraçar, tocar, sentir, colar. Essa noite eu dormi com você, e foi tão aconchegante, foi incrivelmente doloroso, porém bom.
Essa noite, nos meus sonhos, eu morri de dor, agonizei de louco e perverso amor. Me entreguei aos loucos mensageiros que me levariam até o amor. Clamei pelo amor, e eu dormia ao lado dele.
Essa noite, eu dormi. E, essa manhã eu acordei ao seu lado, com você, ali, sonolento. Eu acordei com um desconhecido que se fosse mais conhecido eu me sentiria uma louca. E, eu tinha dormido com você. Eu tinha te olhado, lembra? Mas, eu não tinha acordado com você, nunca antes, você sempre se desfazia antes de eu abrir os olhos, você pegava as suas coisas e ia embora, e eu acordava pensando que a dor da noite tinha passado e acabado, e estava longe, bem longe, mas dessa vez você acordou comigo.
Você me atormentou no café da manhã, e enquanto eu cozinhava, e enquanto eu tomei banho, todos esses dias, você vai me atormentar, como você está me atormentando agora, nesse segundo, às 18:40h de 21 de abril de 2011. Você está vivo aqui, e eu quero que você morra. Some daqui, vai, por favor!

Essa noite eu abracei, beijei e esperei, o meu travesseiro.


E eu acabei de morrer de rir e dançar ao mesmo tempo ouvindo Happy Alone. Ouviu? Eu acabei de morrer de rir!
19 de abril de 2011

Confirmação

. meia colorida - Amanda Machado

Sabe os pequenos momentos? Aqueles que são maravilhosos, cheios de encanto, simples, porém lindos?

É, você sabe. As pessoas, em geral, - sim porque é sempre bom dizer que está generalizando - têm esses momentos, e as pessoas, os correlacionam a outras pessoas.

"Ahh, eu estou tão feliz. Como foi boa aquela tarde na praia olhando o mar ao lado do Ciclano."

"Eu achei tão bom passar o dia andando pela cidade com o Beltrano, foi simples, porém encantador."

"Como foi divertido correr na chuva ontem. Eu e o Fulano rimos de montão."

Sim, eu estou de saco cheio das pessoas só darem valor para as coisas simples da vida e lindas, porque são lindas, quando estão ligadas a outra pessoa. É essa necessidade de ser feliz com o outro, de ser "impossível ser feliz sozinho" como disse o poeta. Loucura! As pessoas podem sim ser felizes sozinhas, e curtirem os momentos bons, pequenos e simples, sozinhas. Somos capazes, somos no quesito felicidade e em muitos outros, autosuficientes. Não estou dizendo que não precisamos do outro, não sou eu a louca, só quero protestar quanto a essa multidão que morre de depressão, morre de dor, de medo, e se angustia, porque é infeliz, porque não tem alguém. As pessoas não têm uma as outras. As pessoas se têm e pronto, elas vivem com as outras. E esse ideal de consumir o outro é que acaba com a mente, principalmente de mulheres jovens, destrói mesmo.
Muitas vezes sorrimos porque estamos naquele lugar normal, naquele dia normal, ao lado de uma pessoa especial, mas, também podemos sorrir sozinhos, quando o vento bate no nosso rosto, ou quando vemos criancinhas fofas e imaginamos nosso passado ao mesmo tempo em que planejamos o futuro. Podemos ir à praia sozinhos e sermos feliz e termos um dia incrível e comemorarmos. Podemos ir ao parque, ao cinema, teatro, na esquina, no bar, no portão, olhar a lua ou o sol, e sermos felizes.

Afinal, nós temos uma boca e, é só disso que precisamos para sorrir, de mais nada!


12 de abril de 2011

Estamos em construção

. meia colorida - Amanda Machado

Escrito no dia 06 de abril de 2011.

E se Ele não estivesse olhando por nós? E se Ele decidisse que a partir de agora, hoje, esse minuto, nós íamos nos virar sozinhos? E se Ele desistisse de nós?
E... Se nós desistissimos de nós, e se nós cansássemos, e se doesse muito aqui, que fosse preciso parar? E se fosse só eu? E se só eu desistisse? Desistisse da vida escrota que eu vejo vocês levarem. Desistisse da vida, simplesmente.
Estou cansada de babaquice, gente tosca, que mente, desmente, inventa e destrói tudo que vê pela frente. Minha alma está sedenta de paz, de ação, de paz, de construir, e as pessoas insistem em quebrar cada parede que eu levanto. Deixa eu construir!

"Eu canto a paz, que bem me faz, feliz de estar em qualquer canto. Eu canto a paz, a paz em todo canto. Eu penso postivo, e acredito assim que a vida volta positiva para mim, vou como posso, tranquilo no meu passo, que eu aprendi a graça de tornar a vida leve, como quem tem a manha de dançar um reggae, gente do bem, que o bem é bola de neve, e arrasta todo mundo pra dançar também. Ai, o que mais é preciso pra passar por aqui numa boa? Ai, experimente um sorriso e ouça o som dessa música que soa. Eu canto a paz, feliz de estar em qualquer canto. Eu canto a paz, canto a paz, a paz em todo canto." - Línox
3 de abril de 2011

Sr. Barão me faça Baronesa

. meia colorida - Amanda Machado

E um intenso Barão voltou na minha vida, e veio cheio de atitude, lágrimas e amor, e me aconchegou em seu peito, e eu senti seu corpo quente colado ao meu, e me senti segura, e nada me machucaria mais do que aquele momento, eu tinha certeza, nada poderia ser pior. O pior já estava acontecendo, e passaria. Tudo passa. E como ele mesmo disse, "eu voltaria atrás no tempo", e sofreria ainda mais naquele 'Nosso Mundo', e seria ainda mais, e choraria ainda mais. Eu enxerguei, mesmo com os olhos molhados de lágrimas antigas, eu pude ver.

Como esse Barão ainda me faz, como?

E ele me faz uma sequência de perguntas, para as quais nem sempre eu tenho resposta, e eu coloco mil cláusulas no nosso contrato. 'Por que a gente é assim?' E eu não quero que ele desgrude, e que ele suma. Não some. E eu canto ao pé do ouvido:
"Você tem exatamente
Três mil horas pra parar de me beijar
Hum, meu bem, você tem tudo
Pra me conquistar

Você tem exatamente
Um segundo pra aprender a me amar
Você tem a vida inteira
Pra me devorar
Pra me devorar!"

E eu sonho que ele chegue bem, bem de repente, não na hora marcada. E eu ofereço tudo, "meu calor, meu endereço". E imponho:
"E quando me quiser que seja de qualquer maneira
Enquanto me tiver que eu seja o último e o primeiro
E quando eu te encontrar, meu grande amor, me reconheça"

E por que eu ainda penso nesse nosso amor? Por que me lembra coisas boas? E, por que eu queria dizer tudo isso milhões de vezes, e repetir, e repetir, mas me calo? E por que as pessoas insistem em amar?

Por que tudo acaba, de uma forma ou de outra, mas acaba e deixa buracos, dor e espaço, para tudo começar de novo, por quê?
25 de março de 2011

Mulher de borracha, nada fantástica

. meia colorida - Amanda Machado

Sou uma mulher meio torta, meio nova, meio desengonçada. Mal me formei mulher e já esqueci todas as matérias. Não gosto de brincos, colar e pulseiras, acho que me deixa apertada e me assusta, tenho a visão de que estou amarrada por cordas feitas de um material caído do céu e que nunca vou conseguir me libertar, eu sei, pura loucura, mas sou uma mulher louca assumida. Sou uma mulher que repete um típico mantra das mulheres tortas: Como eu queria ter nascido homem. Mas, no fundo, eu amo ser mulher e não queria ser homem coisíssima nenhuma, só queria algumas facilidades no dia-a-dia, afinal, depilar as pernas, axilas, virilha, buço, sobrancelhas e tudo que se tem direito para nem ser notada por esses cretinos, é um martírio. Nesse caso, apenas uma boa dose de qualquer líquido colorido com alto teor alcoólico resolve nossas dores.
 Sou uma mulher de borracha que conta seus passos e olha para o chão enquanto pensa em chegar logo ao banheiro claro e espaçoso do trabalho e enfim, ajeitar o short justíssimo abaixo do vestido que subiu e se enrolou em suas coxas nada grossas, na verdade sou mulher tipo fina. E não fina, de elegância, não sou elegante, sou fina de forma mesmo. Sou mulher tipo menina, sou mulher tipo heroína, e se uma mulher não tivesse voado antes estaria eu aqui voando pelos ares da nossa louca e atordoada imaginação. Sou mulher que não se chama de mulher, sou mulher que não se chama. Sou chama quando o fogo está bem longe das minhas frias mãos, e como as minhas mãos são quentes!
 Sou responsável e alguns dizem que minha mente é tão fechada que dá para ver a imensa porta sobre a minha testa. Já outros, dizem que sou tão liberta de portas, que penso como se não estivesse pensando e sim, vivendo. Sou imensamente apaixonada pelas pessoas, pelo o que elas podem ser, ver e tudo, tudo no que podem pensar. E odeio, odeio as pessoas quando elas não são, não vêem, e não pensam em tudo, não pensam.
Sou mulher de poucas línguas que fala com o olhar, e quando falo, falo sorrindo, acredito que não sei me expressar falando e inutilmente vivo tentando dialogar, besteira, já que não aprendi a falar direito. Falo errado, e não o português, como pode parecer, falo errado o que eu penso, falo tudo errado, meto as mãos pelos pés, pela cabeça, boca e coração, e tudo vai saindo pelos lados, escorrendo como molho de macarrão. Sou mulher que cozinha com temperos, que gosta de prato colorido, e que cozinha as pessoas, as ações, os desejos e as decisões.
 Sou uma mulher do tipo alérgica, que sonha com chocolate toda noite, que entende muito de signos, e que fala de fé sempre que possível. Eu medito, e meditar tem me feito mais mulher, apesar de eu achar que serve para me conhecer melhor, e estou me conhecendo melhor agora, no silêncio eterno que eu queria que fosse o meu dia de hoje.

Foto retirada do Jornal da Besta Fubana, falando nisso, recomendo os poemas da Sandra Salgado.
                      
Às vezes, me sinto meio pouco mulher, como se estivesse brincando com os sapatos da minha mãe.
24 de março de 2011

simplesmente, hoje eu quero ser levado a sério

. meia colorida - Amanda Machado

E eu que resolvo sentar na mesa que fica na calçada do bar e admirar os que passam. Eu que resolvo sentar e admirar. Noto que as pessoas que passam não percebem que eu as olho e não me percebem, e não percebem as outras pessoas também, não percebem nada, seus olhos estão cobertos por uma espessa faixa de tecido chamada pressa, e elas correm, correm demais como diria Roberto Carlos, elas não olham para o lado, não olham, simplesmente seguem o caminho já traçado sem se permitir o mínimo desvio. Elas enlouquecem aos poucos, eu sei. E vão sumindo ao descerem à escada do metrô. Começo então a admirar a galera de dreads que vende penduricalhos feitos de palha, pequenas miçangas e penas, eles parecem tão felizes com aqueles cabelos enormes e para o alto. São tão bonitos pendurados naquela esquina da Mahatma Gandhi, combinam com o cenário, combinam com o esquema. Começo então a notar as pessoas das barraquinhas ali em frente a Senador Dantas, e elas vendem cosméticos, biscoitos, docinhos, sucos, lanches, roupas, lingerie, e de tudo que você imaginar, um pouco mais. É bonito de ver as cores que se formam na pequena feirinha inventada.
E eu pareço louca a olhar aquilo tudo que chamamos de cotidiano e sorrir. Pareço louca porque estou olhando para os detalhes, e quem se importa com detalhes? Não há nada de artístico naquela calçada, nem mesmo as pedrinhas portuguesas, que um dia dava beleza a calçada, embeleza o cenário, elas só servem para atrapalhar as mulheres que passam com seus saltos finos e altos por ali.
Mas é claro que tem arte, a música que sai dos limites da Escola de Música da UFRJ e se espalha por ali faz parte do cenário, a mistura da música, a mistura das pessoas, a mistura é, toda, muita arte, e sou louca mesmo, sou louca pela arte da vida que a grande maioria não paga nem um centavo para sentar e assistir, que pelos menos esses continuem vivendo.

         Foto do Fotologando

E eu prefiro sorrir e parecer uma babaca, do que ser uma babaca e não sorrir.
23 de março de 2011

Sentadas em um canto qualquer...

Foto do blog Photographies
. meia colorida - Amanda Machado

 Eu não sou o tipo de pessoa que escreve textos pequenos e um monte deles no mesmo dia, não sou assim, porque para mim é como se cada texto meu merecesse uma só data para ele e como se cada tema tivesse que ser dilacerado até não dar mais. Também não sou o tipo de pessoa que escreve textos para outras pessoas, meus textos são meus e para mim, homenagear alguém em um texto é fácil, mas escrever um inteiro para alguém é muito difícil, principalmente para alguém que é tão dela que sente ciúmes de si própria.
 Mas as pessoas pedem e fica tão difícil negar, então prometo que farei, e claro, esse dia nunca chega. Peço desculpas por isso e espero que me perdoem por todo esse tempo de espera, mas dói me dedicar a alguém a ponto de escrever um texto para esse alguém, e admiro muito quem o faz com facilidade. Enfim, aqui estou eu tentando escrever um texto para alguém e só o que está saindo sou eu.
 Ontem eu senti vontade de conversar com você, como fazíamos no colégio, simplesmente te puxar para um canto, sentar e falar, ou ouvir, como era sempre muito natural. Senti saudade de caminhar pelo colégio rindo ao seu lado ou das vezes que o seu jeito competitivo e egoísta me irritava, e muito. Senti saudade de tudo, pensei em te ligar e ter aquela conversa boba de amiga, mas não liguei. Estou tentando me manter afastada do grupinho para ver se me curo. Mas tenho que admitir que estou sentindo muita falta do convívio diário, das palhaçadas regadas a temas indecentes, dos sonhos, planos e conjuntos. Você faz falta, no geral, faz muita falta. E, resolvi dizer isso, ou, escrever, para provar que mesmo que nós não sejamos um grude, eu sei que posso confiar em você e você sabe que pode confiar em mim, entre nós, eu sei, que não terá julgamentos ou acusações, estaremos sempre dispostas a melhorar um pouquinho a situação da outra. Somos boas em mascarar as situações, ou não tão boas assim, pensando bem.
 Espero que sejamos como você sonha, amigas de muito tempo, como os amigos do seu pai, espero que consigamos ser isso. Espero que o resto não nos afaste, afinal, você costuma ir pelo caminho da direita e eu, pelo jeito, para a esquerda, mas eu sei que é possível que no final, os caminhos dêem em um mesmo ponto.
 Eu te quero bem, feliz, e menos carente. Eu te quero inteira e segura, porque você tem que ser mais firme. Eu te quero mais idiota e mais escrota do que nunca. E te quero mais amiga, bem mais amiga minha. Eu te amo mesmo amiga, mesmo que você não me ouça muitas vezes.
                                                                         Para: N.C
20 de março de 2011

Te odiar me dói a pança.

. meia colorida - Amanda Machado

E eu te odeio porque agora você vai e me deixa aqui, e te odeio, odeio muito, porque você vai sair, viajar, e logo vai conhecer outra pessoa, porque é assim, quando há alguém do outro lado que sofra, a gente sempre conhece alguém rápido, e vai ser muito feliz, e vai me mostrar a sua felicidade, e eu vou sorrir de ódio e eu vou morrer do outro lado me contorcendo de ciúme. E eu te odeio por me deixar assim. E por me dar o que pedi durante muito tempo, a certeza de gostar de alguém. É, porque eu só posso ter certeza se eu sofrer, se doer muito, lá no fundo, e se for dor muscular, psicológica e tudo mais que se tem direito em relação à dor, eu sei que gosto. E confesso eu já não suporto mais a convivência com a dor, e te odeio por isso. Te odeio porque "isso" é maior do que tudo o que você escreveu para mim e que hoje, pelo jeito, não tem importância. Te odeio porque foda-se o sentimento. E eu te odeio porque agora você está tratando tudo como se já tivesse passado, e já estivesse resolvido, porra, não tem nada resolvido aqui no meu cérebro não, ou aqui na porra toda mesmo. Te odeio porque eu sou a pata idiota que só sabe ser idiota e porque você deve pensar em mim como uma vaca. Te odeio porque pensar em você e sentir dor me dá muita vontade de comer, e então quando eu como, eu morro de vontade de vomitar, então eu emagreço, porque eu odeio muito mais vomitar do que ficar sem comer. E eu te odeio quando eu emagreço, porque esse é o tipo de coisa que eu diria a você, "Emagreci!". E eu te odeio porque quando eu não estou pensando em falar com você, estou pensando em você, ou no que você falou, ou no que eu falei para você, ou pior, no que eu não falei. E eu te odeio porque eu fui bem mais sua do que eu fui dos outros e porque isso doeu tanto em mim, mas eu consegui resistir. Te odeio porque você existe e só você existir já me dá no saco. Te odeio de tanto me odiar, e isso só cresce. Cresce a minha vontade de fuzilar as pessoas que passam a minha frente e que são muito felizes, e a felicidade não existe meu cabra, e cresce a brutalidade com a qual me trato e, só cresce, e eu te odeio tanto. Te odeio porque já não dá para suportar a ideia de você com outra pessoa algum dia na sua vida, te odeio porque você vai estar a minha frente e não vai ser o meu você, vai ser o você dos outros e esse sempre foi odiado por mim. Te odeio porque te amo tanto que odiar acaba sendo sinônimo e te odiar me cansa e me dá sono e só dormindo mesmo eu esqueço que te amar dói e te odiar é mais fácil, já que ódio, não importa para quem e por quem, sempre dói.